Após um bom tempo se dedicado ao Drunky Daniels, projeto que leva ao lado do seu parceiro de estúdio Vini Ferreira, a DJ e produtora Grazi Largura — que atende pelo nome de Ella Whatt com seu projeto solo — lançou uma nova faixa batizada de “Wanheda”, que integrou o VA de número 200 da gravadora angolana Seres Produções, ela é uma das três mulheres que mostram o talento feminino na compilação. Diferente do que costumamos ver na pista, o Techno mais pesado deu espaço às melodias do House, um som que se comunica muito bem com seu momento de vida atual.
Mas será que suas referências musicais continuam as mesmas do passado? Nós trocamos algumas palavrinhas com Grazi para entender melhor como está sendo essa “nova fase” com seu projeto solo.
Play BPM: Você cresceu ouvindo Reggaeton e Cumbia quando morava na fronteira com o Uruguai, ritmos que fazem parte da cultura da região, mas também sempre manteve uma proximidade com a cena clubber, mistura que percebemos nos seus dois projetos musicais. Mas e hoje, o que toda no seu fone e que você, de alguma forma, traz para dentro da sua identidade?
Ella Whatt: Hoje em dia eu tenho ouvido muito mais downtempo, chill out e sons mais tranquilos, acho que pelo momento que estamos vivendo, sabe? Isso de certa forma me influenciou a produzir um som que te faça pensar e ter sensações, por isso traz mais melodias, mas claro que continuo ouvindo sons de pista até porque não vejo a hora disso tudo passar, tenho sonhado muito com o retorno aos palcos.
Play BPM: A vivência pela Europa, passando pela Irlanda e Reino Unido, também influenciou quem você é hoje, certo? Com o que você teve mais contato durante esses anos por lá?
Ella Whatt: Já faz um tempo que morei fora e isso certamente me ajudou na construção do que sou hoje. Eu toquei em lugares inimagináveis como prédios desativados que só o pessoal avisado por sms conseguia ter acesso. Por eu vir do psy trance, sempre gostei de sons mais pesados e, quando morei fora, percebi que a cena do Techno era absurda, naquela época puxando para o minimal. Foi quando me mudei para Londres que pude perceber outras cenas musicais que me fizeram ser mais “open mind”, assim como tive oportunidades lindas de tocar no leste europeu e ver como lá era ainda mais doido, sons mais sujos, com uma estrutura mais reta e muita distorção.
Play BPM: Você comentou que “desacelerou o BPM” neste ano e a prova veio com ‘Wanheda’. Essa é a uma característica que devemos sentir também nas pistas, quando os clubs reabrirem?
Ella Whatt: Eu gosto de ser versátil, então tá tudo certo se precisar se adaptar. Acredito que quando tudo voltar ao normal, as coisas vão ser diferentes, mas vai depender de cada pista, afinal, cada uma tem seu jeitinho e eu costumo tocar em todos os tipos de horários… então certamente em algum momento vocês vão ouvir essa nova leva da produção.
Play BPM: Você tocou recentemente ao lado da Eli no Planeta Drive In, em Curitiba. Nesse set, qual foi a linha que você seguiu? Até por ser uma experiência bem diferente de uma pista de dança tradicional… deu pra explorar e testar coisas novas?
Play BPM: E pela frente, o que está por vir no caminho de Ella Whatt?
Ella Whatt: Nossa tem tanta coisa nova que está por vir mas que eu ainda não posso contar, só posso dizer que eu to bem faceira e espero muito que vocês entrem nessa comigo.