Edu Schwartz está para o Warung assim como o Warung está para Edu Schwartz. Sem exageros, era um encontro inevitável levando em consideração o amor, dedicação e carinho do artista não só pela música eletrônica, mas também pela cena catarinense — inclusive, de onde ele emerge, mais precisamente de Jaraguá do Sul.
Edu sonda variadas vertentes como o Afro e Organic House, somando características tradicionais do House em texturas que inclusive representam muito bem onde a alma clubber de Schwartz emerge, Balneário Camboriú. Não à toa, classificamos a residência de Edu como inevitável. Conversamos com o catarinense sobre a profunda relação com o Templo entre outras "cositas mas", se liga:
Olá, Edu, obrigada por trocar uma ideia conosco. Você sonda um grupo de sonoridades muito delicadas, que permeiam entre o Organic House e o Downtempo. Como você foi enlaçado por ela?
Eu sempre gostei muito de fazer warm ups, bpms mais baixos sempre me cativaram, então o organic house casou perfeito com o meu estilo, é uma mistura das melodias do progressive com a classe do deep.
Você começou a carreira super jovem, né? Você já começou com a ânsia em seguir profissionalmente ou foi algo que veio com o avanço da sua atuação
Comecei aos 15 anos, foi tudo muito natural e levou o tempo que deveria para eu poder amadurecer como artista/pessoa. Esse processo é necessário para alguém dessa idade porque você está descobrindo o mundo, vivendo novas experiências, você quer experimentar e isso acontece com a música, já toquei diversos estilos até me encontrar.
E você é um conhecido de longa data das cabines do Warung, não é mesmo? Conta pra gente como começou essa relação.
Comecei a frequentar o clube nessa mesma fase em que comecei a tocar, sempre tive amigos mais velhos da turma da minha irmã que me levavam para os eventos. A primeira vez foi em 2005 numa noite que teve Layo & Bushwacka. La que moldei o meu gosto pela música eletrônica, numa época que o acesso às músicas não era tão fácil, nada melhor que estar na pista para tentar saber o que estava rolando nas pistas, na época quando tocava uma música conhecida você ficava super feliz. Os primeiros DJs que me marcaram lá foram Hernan Cattaneo, Sasha, Matthew Dekay, Steve Angello, Pete Tong, sem contar os nacionais que viraram referência, pois sempre pude acompanhar aqui pela região, o Leozinho e o Peçanha.
Inclusive, antes mesmo da residência você já colecionou alguns bons e preciosos momentos no Templo, certo? Daria pra pontuar algum em especial que realmente te marcou?
Com certeza foi o set de carnaval do Sasha em 2006, foi o primeiro long set que presenciei no Warung, até as 11h da manhã. Momento histórico sem dúvidas.
E agora chegou a residência, parabéns! Como foi o convite e como você enxerga ele nesse momento da sua carreira?
Muito obrigado. Como tudo na minha carreira, foi algo natural, eu vinha tocando frequentemente desde 2016 no Warung e acredito que tudo tem o seu tempo, você tem que criar a confiança no seu trabalho e sempre se aperfeiçoar, esse tempo de pandemia entrei a fundo no mundo da produção musical, algo que antes levava na brincadeira e isso contribuiu muito no meu desenvolvimento profissional e o resto é consequência desse trabalho, entrei no momento que me sinto mais preparado para levar a bandeira do clube aonde quer que vá.
Como foi estrear como residente em uma noite que trouxe o exímio Dixon, no Inside, e o Birds Of Mind, no Garden, logo após o seu set?
Confesso que foi um pouco difícil porque apesar de pegar um segundo horário no line do garden, eu entraria 30 minutos após o Dixon começar, então sabia que no começo do set iria perder um pouco de pista pro inside, mas fui tranquilo sabendo disso e com a confiança de que faria um trabalho bem feito. Fiquei emocionado quando no final do meu set, já com a pista cheia, escreveram no celular pra mim "para de tocar tão bem que eu quero ver o Dixon". Isso não tem preço.
De que forma você enxerga que essa residência vai impactar na sua carreira?
O Warung é um clube de renome internacional e é isso que eu almejo para minha carreira, poder tocar fora do Brasil. O nome Warung por trás te dá uma credibilidade imensa, não é por menos que é uma das pistas mais cobiçadas do mundo.
E para finalizarmos, boatos de que logo logo você desembarca em terras espanholas, rola um spoiler pra gente? Valeu pelo papo, Edu!
Correndo atrás de um outro sonho, passarei dois meses em Ibiza no verão europeu e vamos ver o que o futuro reserva! Obrigado pela oportunidade de contar um pouco da minha história, espero que sirva de inspiração para outras pessoas em tempos tão imediatistas.
Imagem de capa: divulgação.
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