Charles Berbineau, também conhecido como Charles B, é um DJ e produtor de Paris, na França, nascido em 9 de janeiro de 1997. Ele assinou com grandes gravadoras como a Protocol Recordings de Nicky Romero e também com a Hexagon HQ de Don Diablo, e vem chamando a atenção pela grande qualidade em suas produções originais. O Play BPM, como sempre quer trazer coisas novas para vocês, teve o prazer de bater um papo com ele. Recentemente ele lançou “You’re Not Mine” que está ganhando suporte de diversos nomes da cena mundial. Vamos à entrevista.

Minha maior inspiração na produção é uma mistura de músicas da minha infância (meus pais costumavam ouvir muitos estilos diferentes quando eu era criança) e as várias culturas que estou descobrindo quando viajo ou faço turnê. Recentemente, pude tocar na Europa, EUA, África e Ásia. Durante uma de minhas últimas turnês na Ásia, eu até tive a oportunidade de fazer um show na Grande Muralha da China. Fãs e multidões de festivais e clubes onde toco em todo o mundo estão me dando essa sensação de energia na música que faço. E essa energia varia de cidade a cidade, de costa a costa, de nação a nação. Dito isso, quero dizer que tento fazer música para as pessoas adotando uma visão global e meio que antecipando as reações a uma música específica em que estou trabalhando. Também me ajuda a decidir se a música na qual estou trabalhando é um goleiro ou que direção devo tomar para realmente torná-la uma faixa que amarei para sempre.

A história por trás deste último bebê Charles B começa há cerca de um ano. Enquanto começávamos a trabalhar em uma faixa instrumental junto com meu amigo Kamil Ghaouti do Marrocos, eu estava em turnê pela Ásia, principalmente China e Hong Kong dessa vez. O próprio processo de produção já estava distanciado antes mesmo dos tempos de bloqueio, pois ambos estávamos a mais de 10 000 km de distância um do outro. Nós estávamos realmente sentindo a emoção neste, porém, e estávamos procurando por vários artistas diferentes para trabalhar na linha de frente. Não posso mentir, acho que ofereci essa faixa para cerca de 3 ou 4 cantores diferentes para encontrar a certa. E, felizmente, fui convidado para fazer uma masterclass online e sessão de feedback / Q&A onde tive a chance de ser apresentado a LauraBrown, cantora incrivelmente talentosa da Dinamarca. Demorou menos de uma semana para terminar a faixa com a voz de Laura, e então tivemos a honra de ter a faixa mixada pelo conceituado produtor Niels van de Pavert.

Depois de lançar ‘One Too Many’ e ‘House Pride’ em 2018 no Protocol, bem como ‘Bring It Back’ em 2019, sinto vontade de voltar para um lar que amo com ‘You’re Not Mine’ em 2020. Como nas versões anteriores do Protocol, fiz boas relações com a equipe da gravadora e, como estava realmente admirando a maneira como eles trabalham, queria muito acompanhar o ritmo deles. Estávamos até conversando sobre isso em outubro passado em Amsterdã, quando eu estava mostrando a eles a primeira versão de ‘You’re Not Mine’, que era apenas instrumental naquela época. Neste verão eu voltei para Paris e terminamos a versão vocal que é a versão atual agora, e basicamente decidimos lançá-la o mais rápido possível, pois esta é para meus olhos a melhor música em que já trabalhamos até agora. E aqui estamos!

Para ser honesto, esta é a pergunta mais complicada que já me fizeram muitas vezes na minha carreira. Eu nem mesmo acho que sou capaz de definir meu próprio som. Deixe-me colocar de outra forma: estou tentando fazer música como uma experiência ao invés de um gênero específico. Simplesmente dando uma olhada rápida no meu Spotify ‘Charles B’ você notará que eu gosto de vários gêneros e subgêneros diferentes de acordo com o que as pessoas pensam, e eu respeito isso. Quando faço música nunca me pergunto se devo ir Electro House, Future House, Progressive ou mesmo Brazilian Bass… Não estou tentando perseguir nenhuma tendência ou inventar novas, mas estou pensando é isso que estou fazendo agora algo que eu gosto ou não, e se encaixa nos meus valores, espírito e imagem. Então, se eu tivesse que definir minha identidade musical, no que diz respeito à música, eu não iria tão longe apenas na música eletrônica. Dessa forma, eu posso permanecer fiel a mim mesmo e você pode até esperar alguns tipos de faixas inesperadas, e quem sabe eu posso fazer alguma música não eletrônica algum dia! Como mencionei antes, minha energia vem da música e das viagens, e por maior que seja o mundo, acredito que essa é a razão pela qual você pode sentir a diversidade na música que faço.

Devo dizer que a América Latina e especialmente o Brasil são alguns dos principais destinos da minha lista de tarefas. Eu lancei recentemente uma faixa chamada ‘Pop That’ junto com o Noise Affairs no selo Brazilian Bass ‘Mix Feed’. Lar de grandes artistas brasileiros como Alok, que tocou algumas de minhas faixas no palco principal do Tomorrowland, me sinto abençoado por fazer parte desse movimento agora. E obviamente estou ansioso para vir e tocar em casas de show no Rio, São Paulo, Curitiba e muito mais. Como você deve ter notado, eu tenho tocado em lugares realmente inusitados com belos cenários, como a Grande Muralha da China, Deserto de Marrocos, Telhados em Nova York, então eu realmente gostaria de adicionar seu lindo país a esta lista. Um dos meus sonhos.

Vamos ao que interessa. Dê o PLAY na “You’re Not Mine” de Charles B: