Em grande fase na carreira, passando por festivais como Lollapalooza Brasil e Rock in Rio, além de turnês internacionais, os irmãos Pedro e Lugui conquistaram um espaço de destaque na cena eletrônica. Com a agenda interrompida por conta da pandemia – que incluía apresentação no mainstage do Tomorrowland -, Cat Dealers tem focado em novas e novas tracks e recentemente lançou um mini documentário que conta a história do duo. Além disso, os irmãos seguem participando de diversas lives. Em entrevista exclusiva, os artistas revelaram novidades acerca da festa autoral que organizam e detalhes sobre a superprodução pré-gravada de cinco horas de duração que estreia no sábado (13), intitulada “The Cat House at Arca”. Confira:
Play BPM: No documentário, vocês disseram que há mais de um ano vem investindo pesado nos shows. E óbvio, percebemos a tamanha qualidade da entrega de vocês e da equipe, além das estruturas de vídeo e luz. Como foi montar esse time? Acham que chegaram na versão dream team?
Cat Dealers: Estamos hoje com uma equipe em que confiamos bastante. Todas essas pessoas estão aqui para nos ajudar, elas querem o mesmo que nós como artistas, buscamos pessoas que tenham a mesma ambição que a gente, então é muito importante para nós ter essa relação bem estabelecida. Algumas pessoas que trabalham com a gente nos acompanham há anos, outras estão há menos tempo, fomos nos adaptando uns aos outros, sempre buscando nos comunicar o máximo possível e nos entendermos para chegar ao nosso objetivo comum. Acho que ainda não somos o Dream Team, mas com um pouco mais de experiência temos tudo pra ser hahaha.
Play BPM: Vocês já haviam produzido edições da Cat House em algumas cidades, mas agora o evento atingiu um novo patamar com “The Cat House Live at Arca”. Como vocês enxergam essa evolução e o que levaram em consideração para organizar esta nova versão?
Cat Dealers: Desde que começamos a produzir, queríamos ter nossa festa autoral, então, um ano após o início do Cat Dealers, tivemos a primeira edição da Cat House. Esse é um projeto muito especial para nós, pois é uma apresentação em que temos liberdade de editarmos como queremos, a partir do nosso gosto. Além disso, de uns tempos pra cá, focamos na entrega de shows, passamos a investir fortemente nisso, pois acreditamos ser um dos momentos mais importantes para um artista. Nosso plano era poder trazer todo esse conceito de show que alcançamos para uma nova edição da Cat House. Porém, por conta da situação causada pela COVID 19, tivemos que adiar um pouco a festa e resolvemos fazer um set super produzido para liberarmos online. Montamos um setup irado de luz, trouxemos uma equipe foda de vídeo e preparamos um set especial, que conta um pouco da história do projeto, e agora estamos doidos para dividir com todo mundo.
Play BPM:A ideia (e muito bem planejada) de fazer a apresentação transitar em três atos será exclusiva da festa autoral de vocês? Já há um cronograma dos locais por onde o evento passará?
Cat Dealers: Sim! Esse já era o roteiro que seria seguido na Cat House normal, para suas próximas edições. Assim que a situação se normalizar e voltarem os shows, esse vai ser o modelo exclusivo da nossa festa. Para conseguirmos apresentar da maneira que queremos, precisamos de uma entrega que, sendo a nossa festa autoral, temos certeza que vai ficar perfeito, sem precisar depender de terceiros, pois nela temos mais liberdade para conduzir da maneira que achamos melhor, como falamos anteriormente.
Play BPM:Há oito anos, Cat Dealers vem evoluindo em sua identidade. Podemos dizer que o duo chegou em uma nova linha de som neste ano? O sucesso do “The Dark Side of Cat Dealers” contribuiu para essa nova pegada?
Cat Dealers: Estamos sempre buscando evoluir sonoramente, estar em constante aprendizado e explorando meios de produzir. Por isso, gostamos de testar nas nossas músicas, mas sempre nos mantendo fiéis ao que curtimos e à nossa identidade. O “The Dark Side of the Cat” aborda mais um lado B do projeto, é um pouco mais underground. Ele traz um som que curtimos muito, mas que não tocamos tanto nos nossos shows. Nessa quarentena, resolvemos fazer uma live tocando só essa pegada, para vermos como o público ia reagir, e acabamos recebendo uma resposta muito positiva, a galera curtiu bastante e começou a nos pedir para tocarmos mais vezes. Por isso, quando estávamos planejando o novo conceito da Cat House percebemos que fazia muito sentido incorporar esse set ao show para que pudéssemos não só entregar algo novo e diferente, mas também mostrar outros lados nossos tanto para os nossos fãs que já nos acompanham, mas também para possíveis novos públicos. Sem dúvida, a nossa festa autoral é o melhor momento para apresentar todos os nossos lados na dimensão e no potencial que acreditamos que o projeto tem.
Play BPM:Vocês frequentemente participam de Q&A, fizeram o vídeo “Quem é mais provável?” e recentemente o “The Haters Show”. Como foi a gravação deste último? Vocês conseguem mesmo rir das críticas?
Cat Dealers: A ideia de fazermos o The Haters Show vídeo já vinha sendo conversada há um tempo e desde o início achamos que ia ser engraçado. Nossa equipe separou os comentários e nós lemos na hora da gravação, para que nossa reação fosse totalmente espontânea. Como pessoas públicas, temos que saber lidar com críticas e comentários de quem não curte nosso som ou até mesmo a gente e faz parte, não tem como agradar a todos. Então resolvemos levar na esportiva e rir um pouco com isso. A repercussão foi muito boa, com certeza vamos fazer mais vezes.
Sobre o autor
Vitória Zane
Editora-chefe da Play BPM. Jornalista curiosa que ama escrever, conhecer histórias, descobrir festivais e ouvir música eletrônica <3