Protetores auriculares: saiba porque você deve investir em um para reduzir danos à sua saúde auditiva
Somos movidos por música e, portanto, sabemos o prazer que é colocar um fone de ouvido e mergulhar em uma sonzeira ou colar na caixa de som e sentir as ondas sonoras fazendo nossas moléculas vibrarem. No entanto, você já parou para pensar nos malefícios causados à nossa saúde auditiva quando nos expomos à músicas muito altas por um longo período de tempo? Não é preciso ser um especialista para saber que essa exposição, a longo prazo, pode causar danos irreversíveis ao nossos ouvidos, afinal de contas, como diria a terceira lei de Newton, cada ação gera uma reação na mesma intensidade, mas com sentido oposto.
Um estudo publicado pela revista BMJ Global Health, em novembro de 2022, e divulgado pela CNN Brasil, apontou que 1 bilhão de jovens entre 12 e 34 anos está sob risco de perda auditiva. Essa informação, embora assustadora, não é de se chocar, uma vez que estamos cada vez mais expostos à práticas auditivas inseguras, como o uso de fones de ouvido em volumes altos, além de shows, eventos, bares e casas noturnas, que geralmente trabalham na faixa de 104 a 112 decibéis, sendo 85 decibéis o nível de ruídos seguro, de acordo com o Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA. Já imaginou qual deve ser a altura que chega nos ouvidos dos amantes do front?
Ouvir música para o resto de nossas vidas é, sem dúvidas, essencial, e portanto, se faz necessária a redução de danos diante da exposição aos sons que fazem nossos corações baterem mais forte. Diminuir o volume e escutar música durante períodos mais curtos são algumas soluções existentes para a proteção da nossa saúde auditiva, mas sabemos que essas saídas podem não se aplicar à realidade dos fãs da dance music, que gostam mesmo é do som "no talo". Portanto, partimos para uma terceira alternativa: o uso de protetores auriculares! Sim, eles são importantíssimos! Não, não é "frescura" de quem usa. E para falar com propriedade sobre o assunto, convidamos a fonoaudióloga da Microsom São Paulo, Maria Branco, que nos explica sobre a importância de protegermos a saúde dos nossos ouvidos. Confira:
Play BPM: Como funciona o protetor auricular?
Maria Branco: Sons de forte intensidade podem danificar estruturas sensíveis da orelha interna, causando perda auditiva induzida por ruído e zumbido. Quanto mais forte o som, mais rápido ele pode danificar sua audição. Quando o indivíduo não pode se distanciar da fonte sonora, o protetor auditivo deve ser utilizado. O protetor auditivo é um dispositivo de uso individual que tem como objetivo preservar a saúde auditiva, pois diminui a intensidade do som que atinge a membrana timpânica.
Play BPM: Quais são as principais causas da perda auditiva?
Maria Branco: A perda auditiva que ocorre gradualmente com o envelhecimento (presbiacusia) é muito comum. A perda auditiva também pode ser de origem genética além de ter outras possíveis causas: uso de medicações que danificam o sistema auditivo (ototóxicos), sequelas de doenças como meningite, etc. A exposição à sons de forte intensidade é outra causa muito importante e discutida nos dias de hoje.
Play BPM: Por que é tão importante para pessoas que trabalham com música adquirir um protetor auricular?
Maria Branco: Como mencionado nas respostas anteriores, ambientes com ruído forte, especialmente aqueles acima de 80 decibéis, podem causar danos auditivos irreversíveis, e os músicos passam longas horas nestes tipos de ambientes regularmente, correndo o risco de danos auditivos e zumbido. Se a pessoa toca instrumentos musicais em salas de concerto, garagens, bares ou qualquer outro local do tipo, ela está exposta a muito ruído, por muito tempo. A proteção auditiva aliviará o risco de possíveis problemas auditivos, atenuando sons excessivamente fortes. Quanto mais intensamente o indivíduo está exposto a música alta ou ruído, mais desgaste se acumula e mais cedo podem ocorrer danos. Ser músico pode ter um efeito acelerador do processo de envelhecimento do sistema auditivo porque o músico está expondo sua orelha a grandes doses de som por períodos prolongados, regularmente. Vale mencionar que, além da intensidade, o tempo de exposição também é importante. Quanto mais intenso o som, menos a pessoa deve ficar naquele ambiente sem proteção. A sensação de ouvido tampado, zumbido ou dor de cabeça são indícios de que o som estava muito forte.
Play BPM: Quais são os principais benefícios do protetor auricular?
Maria Branco: A proteção auditiva é recomendada sempre que o ambiente exceder 80 dBA. Uma vez que o músico está exposto a esses sons por muito tempo e regularmente, deve-se sempre usar protetor a fim de preservar sua audição. Caso o músico não tenha certeza de quão intenso é o som em um determinado ambiente, no palco ou em qualquer lugar da sua vida diária, ele pode baixar aplicativos que possuem a função de medir a intensidade sonora (decibelímetro).
Tampões protegem contra ambientes barulhentos ao fecharem o canal auditivo externo. É possível encontrar opções em algumas farmácias mas, embora sejam acessíveis, os plugues de espuma atenuam as frequências altas mais do que as frequências baixas e médias, podendo distorcer a música, comprimindo a faixa dinâmica.
Existem opções mais adequadas como os protetores personalizados para músicos, pois esses possuem um filtro especial para diminuir uniformemente todas as frequências, para que a qualidade da música soe a mesma - apenas mais suave. Os protetores possuem três intensidades de atenuação dos sons de acordo com a necessidade de cada indivíduo: 10dB, 17dB e 26db.
Play BPM: Existe uma idade ideal para começar a cuidar da saúde auditiva?
Maria Branco: É importante sempre cuidar da audição, em qualquer idade!
Play BPM: A perda auditiva é algo difícil de ser detectado até que esteja em um momento já avançado, certo? Por que isso acontece?
Maria Branco: É muito importante estar atento aos sintomas e sempre procurar o médico otorrinolaringologista ao perceber qualquer alteração auditiva. Quanto mais cedo for o diagnóstico, e com o tratamento adequado sendo adotado, menor será o impacto da perda auditiva. O cérebro precisa de sons e estar em privação auditiva (com perda auditiva não tratada) pode causar danos irreversíveis e até mesmo acelerar o declínio cognitivo comum à terceira idade. Sobre os sintomas da perda de audição podemos citar: zumbido, sensação de ouvida tampado, dificuldade de conversar ao telefone, uso de volume mais forte na televisão etc.
O exame para detectar a perda de audição é a audiometria. O paciente recebe instruções do fonoaudiólogo, que pede para levantar a mão ou apertar um botão sempre que ouvir um som. O objetivo é buscar o menor som que o indivíduo consegue escutar em diversas frequências. Dessa forma, é possível saber se a audição está dentro da faixa de normalidade ou fora
Play BPM: Existe alguma outra informação que valha a pena ser compartilhada conosco e com o público da música eletrônica que não mencionamos anteriormente?
Maria Branco: Acho fundamental que músicos estejam preocupados com a sua audição! E também acredito que seja importante pensarmos nos efeitos do uso excessivo dos smartphone para transmissão de som.
A perda auditiva afeta, anualmente, milhões de brasileiros. E entre os mais jovens, o principal risco está relacionado ao uso de fones de ouvido. Segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde), mais de 1 bilhão de jovens entre 12 e 35 anos no mundo correm risco de perda auditiva por conta da exposição excessiva a altos ruídos.
Em 2015, a OMS criou a iniciativa ‘Make Listening Safe’, que tem como objetivo reduzir os riscos relacionados à audição ‘insegura’ por meio de dispositivos e sistemas de áudio pessoais. E a partir da colaboração de especialistas em som, audiologia, acústica, tecnologia, comunicação em saúde, padronização e desenvolvimento de produtos, foi criada uma Norma Global que visa regular a exposição a sons altos por meio de sistemas de áudio.
O conteúdo desta norma, baseado em pesquisas e estudos, indica que para o período de sete dias, com 40 horas de uso de fones, a intensidade máxima recomendada deve ser de 80 dBs.
Para saber qual intensidade está o dispositivo, é possível utilizar aplicativos para celulares que funcionam como um decibelímetro. Além disso, existem algumas precauções importantes que podem ser tomadas para minimizar ou evitar essa perda:
- Alguns celulares e computadores modernos têm uma trava de segurança nas configurações de ajustes para que o dispositivo limite a intensidade do som transmitido.
- O ideal é limitar a barra do volume do smartphone, utilizando até a metade do dial. Outra dica é verificar se, com os fones de ouvido, é possível manter uma conversa com outra pessoa a um braço de distância.
- Caso esteja em ambientes fechados e muito ruidosos, opte por fones com cancelamento de ruído.
- Nos check-ups anuais, é preciso incluir uma visita a especialistas da audição (otorrinolaringologista e fonoaudiólogo) e realizar avaliações auditivas. Além disso, sempre que tiver qualquer sensação de ouvidos tapados, zumbido ou dificuldade para ouvir, procure um médico.
E é claro que não deixaríamos você, leitor da Play BPM, na mão! Para evitar possíveis problemas auditivos, você pode fazer o seu protetor auricular personalizado na Microsom São Paulo com 10% de desconto! Assim, ouviremos música perfeitamente até ficarmos bem velhinhos!
Entre em contato com o Grupo Microsom pelas redes sociais e agende sua consulta!
Sobre o autor
Cissa Gayoso
Sendo fruto do encontro de uma violinista com um violonista, a música me guia desde sempre e nela encontrei a família que escolhi para chamar de minha. A partir de 2021, transformei minha paixão em profissão e, desde então, vivo imersa nas oportunidades e vivências que este universo surpreendente da arte me entrega a cada momento! De social media à editora-chefe da Play BPM, as várias facetas do meu ser estão em constante mudança, mas com algumas essências imutáveis: a minha alma que ama sorrir, a paixão por música, pela arte da comunicação, e as conexões da vida que fazem tudo valer a pena! 🚀🌈🍍