Quando um artista consegue combinar elementos inovadores e gêneros distintos de forma coesa e agradável é algo que sempre surpreende. Afinal, é preciso muita técnica e conhecimento musical para esse desafio. Esse "brincar com os sons" é uma das características que compõem a sonoridade de Vince Bowen, o novo projeto de Giovane Cardone, que entre seus mais de 12 anos na música eletrônica vem se reinventando a cada nova fase, que agora se aproxima do Minimal House.
Nascido em Santana do Livramento e criado em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul (RS), sua história na música começou em meados de 2008, quando ainda morava no estado, tocando em festas Rave no formato “Open Air” de PsyTrance e Progressive. Na época, a região era bem fechada na cena e por ser um artista mais recente, era difícil conseguir espaço e convites para tocar, mas a paixão pela música impulsionou o gaúcho a seguir seus sonhos. Decidiu que era o momento de estudar mais e se dedicar, foi então que embarcou no estilo de Electro House, sendo um dos pioneiros da região, e na sequência a sua carreira deslanchou.
O público acolheu muito bem a sonoridade dele e os convites para tocar em novos eventos não paravam. Mas como Giovane é motivado pelo desafio, quando o Electro House começou a se popularizar, ele sentiu que era o momento de seguir outro caminho. O EDM tinha acabado de dar as caras pelo Brasil e veio a proposta para que ele participasse de um duo com um grande produtor de eventos do RS. O projeto durou cinco anos e foi relevante para a cena local, tocando em grandes festivais e clubes reconhecidos nacionalmente. Com o tempo, Giovane e seu parceiro cresceram para estilos diferentes do que o que estavam tocando. Era hora de finalizar esse ciclo.
O Tech House foi o gênero que fez sentido em novos projetos do DJ em carreira solo, buscando aplicar suas referências, e em um novo duo, BLACKVEL. Com esses trabalhos também veio uma mudança significativa na vida de Giovane: sua vinda para Santa Catarina. Já atuando como DJ e produtor no estado, a pandemia encerrou a possibilidade de apresentações, o que prejudicou a continuação do duo, que já estava tocando Brasil a fora, mas proporcionou mais tempo para que ele ampliasse suas pesquisas e se aprofundasse em ritmos mais intensos, entre eles House, Minimal House/Deep Tech, IDM (Intelligent Dance Music) Garage, UK Garage, BreakBeat e Dub Techno, entre outros.
A partir dessas buscas, surgiu “Vince”, seu novo trabalho solo, ainda de forma despretensiosa, pois levava seu projeto Duo em paralelo. Até que começou a chamar atenção na cena Underground de SC e decidiu embarcar em mais essa jornada, foi então que nasceu “Vince Bowen” que é a representação ideal da sonoridade que Giovane desenvolveu nesses anos de experimentação: uma mescla de ritmos, sons e gêneros. Os elementos se combinam formando novos ideais, afinal, arte não precisa de rótulos.
As principais referências que compõem a identidade sonora de Vince Bowen passam pelo House, Minimal House e Deep Tech, sempre buscando aplicar as experiências vividas anteriormente de forma repaginada e inovadora. Para “Vince Bowen”, Giovane explora estéticas minimalistas, texturas old school e timbres futuristas.
Seu primeiro EP “Promise Street”, que introduz o artista ao mercado, chegou às plataformas recentemente, no dia 10 de junho. Lançado pela Sintoniza Records, as duas faixas que o compõem “Promise Street” e “I Saw a Monkey” apresentam um som inteligente, vibrante e com passagens pelos ritmos propostos. É uma experiência ouvir como os elementos foram combinados durante as tracks.
Esse é o primeiro passo de grandes trabalhos que o artista vem desenvolvendo nesse projeto. Inclusive, no próximo dia 22, pela Not For Us, ele já emplaca seu novo EP, We''ll Be Dancing, com três faixas, que já tem premiere no ar para você conferir uma palhinha:
Imagem de capa: divulgação.