Em pouco tempo de carreira, GUGGA (BR) fincou os pés firmemente na cena eletrônica e hoje já é considerado uma das grandes promessas do Progressive House nacional, tendo lançado em selos de grande importância Brasil afora. Atualmente em concentração para seus próximos lançamentos, o EP “Night Call”, na label gringa Area Verde – já em pré-venda no Beatport – e “Warrior EP” via Transensations, decidimos fazer um recap de seu semestre até o momento e, ao mesmo tempo, entender o que levou este artista a atingir o impressionante número de 15 lançamentos somente em 2022.
Passado Musical
Certamente, para qualquer produtor, ter contato com instrumentos já antes da vida adulta colabora muito para que, no futuro, consiga se entender rapidamente na atividade e passe a construir as faixas em grande quantidade. Por influência da família rockeira, GUGGA teve acesso aos discos desde sempre e, por isso, escutava com atenção todos os detalhes das músicas. Isso o levou a virar metaleiro e aprender bateria, além de curtir bastante também o pop oitentista – algumas de suas principais referências de bandas e grupos eram Iron Maiden, Duran Duran, Deep Purple, Pink Floyd e Tears for Fears, o que pode explicar alguns dos elementos de seus dances de hoje.
Dedicação plena à função
Assim como muitos de nós, o período de isolamento social da “pandemônia” tirou do oculto das pessoas muitos desejos reprimidos. No caso de GUGGA, ele confrontou-se com o dilema entre seguir sua carreira de engenheiro e entrar de vez na música. Escolheu bem; em pouquíssimo tempo muita coisa rolou, desde entrar na Warung School e nas comunidades Fluxo e Salata até ficar quase literalmente trancado no estúdio todos os dias para produzir faixas, além de aulas de discotecagem com Breno Mos. O resultado de tamanha dedicação já sabemos: desde sua estreia no Beatport, em julho de 2021, ele fez quase 20 lançamentos em uma sequência no mínimo eletrizante. Sua primeira foi na coletânea da Fluxo (selo do ZAC) em parceria com MONOWAVE, “Fidel”. Então, vamos lá, quem é que te disse que não se pode alçar grandes voos como DJ e produtor em menos de dois anos?
Versatilidade e intuição
GUGGA é daqueles artistas que seguem a vibe e não iniciam uma produção que não seja movida pelo sentimento do momento. Em algumas entrevistas, ele já deixou claro que versatilidade é um mantra em seus objetivos de carreira. Navegando entre seus lançamentos, várias facetas sonoras do artista estão disponíveis; você vai encontrar um GUGGA mais voltado às vertentes orgânicas e spiritual tech – “Garden of Maria”, “Holdings”; outro, mais orientado para melodias intensas e breaks homéricos – “Day After The Night Began”, “Love Me”, “Space Castle”; e, é claro, sua força motriz de Progressive House – “Glitches”, “Warrior”. Esta abordagem aventureira e GUGGA com sua música gerou uma baita abertura de caminhos. Ele lançou faixas em muitos selos maneiros, desde Enormous Chills e Siona Records (comandado por ninguém menos que a ucraniana Miss Monique), passando por Warung Recordings e Ame Records até Area Verde e Colorize.
Eencontrar e preservar sua própria turma
Um pouco de clareza e foco em networking, um pouco de talento para chamar a atenção de pessoas que se identificam com seu som, um pouco de sorte para que tais pessoas colaborem positivamente em seu crescimento; GUGGA compreende que ninguém se desenvolve sozinho, tanto em um nível pessoal quanto profissional – sendo que esses dois aspectos geralmente estão conectados. O DJ e produtor encontrou no amigo RIKO (BR) uma parceria que realmente catapulta ambos à frente, e com ele lançou várias collabs – destaque para “Soul Expander”, “Free Fall”, “Don´t Fool Me” e “Garden of Maria”. Outro player que foi bem importante em seu desenvolvimento foi o Gorkiz, que o acolheu praticamente como um aluno mentorado. Essas e mais relações exigem abertura e esforço na qualidade das trocas, aspecto fundamental em carreiras artísticas.
Imagem de capa: divulgação