Participando da estreia da Drumcode no Brasil, Eli Iwasa apresenta 5 discos essenciais da gravadora sueca em seu case
Quando se trata de um grande evento de techno no Brasil, dificilmente o nome de Eli Iwasa não pinta no lineup. É o caso deste final de semana, quando a artista vai dividir a cabine com a lenda viva Adam Beyer — de volta ao país depois de cinco anos! — em dois eventos: no Warung Beach Club, na sexta, 16 (em abertura com Giorgia Angiuli, Elekfantz, Wehbba, Davis e Tarter), e na primeira edição brasileira da Drumcode, que rola no sábado (17) na ARCA Spaces, com Bart Skils, Layton Giordani, Lilly Palmer e Wehbba.
Pensando nisso, Eli escolheu cinco dos seus discos favoritos da Drumcode, mostrando não só sua relação de longa data com a label sueca, como também a importância histórica dela para o techno em todo o planeta.
Com a palavra, Eli Iwasa:
Desde que recebi esses convites, venho resgatando um pouco da minha própria história com a Drumcode. Alguns dos meus lançamentos favoritos são de quando eu era uma jovem apaixonada por techno, que recém estava começando a comprar discos. Muita gente conhece a história mais recente do selo, mas os EPs mais antigos são considerados seminais para o desenvolvimento do estilo, e eu vim mostrar alguns dos meus favoritos.
Cari Lekebusch – Råhångel Me´ [1997]
Este é o quarto lançamento da Drumcode, assinado pelo Cari Lekebusch, que é um dos meus DJs e produtres suecos favoritos. Naquela época, comecinho dos anos 2000, o Adam Beyer e o Cari eram como os embaixadores do techno produzido na Suécia. E esse EP é maravilhoso.
O lado A se divide entre as faixas "Bråkstake" e "Hela Inne", enquanto no lado B temos "Straffbas" e "Petting Me´ T".
C&G South System – Drumcode 11 [1997]
Outro destaque é o EP número 11, assinado pelo C&G Southsystem, que é o projeto do Marco Carola com o Gaetano Parisio — dupla que também podia ser considerada embaixadora do som de Nápoles.
Sem nome próprio e sem nomes nas suas quatro faixas, como era comum naquele tempo, o disco tem aquele groove maravilhoso e hipnótico que fez os dois artistas conhecidos na época.
Adam Beyer & Marco Carola – Drumcode 16 [1998]
Houve algumas colaborações com os produtores importantes de Nápoles, que também era uma cena que teve muito destaque nessa mesma época. Esse EP, o número 16, é uma colaboração do Adam Beyer com o Marco Carola.
Assim como o "Drumcode 11", ele, nem nenhuma de suas quatro tracks, foram batizados.
Adam Beyer – Remainings III [2000]
Acho que muitos de vocês conhecem a "Remainings". É uma série que fez muito sucesso, e como todo bom clássico, o "Remainings III" soa fresco, atemporal. Essa é a diferença dos clássicos: eles envelhecem muito bem, e eu amo esse EP com todas as minhas forças. Animou muitos sets, muitos afters e muitas manhãs minhas também.
São dois discos com um total de oito faixas, todas igualmente sem nome. O lado A traz um remix do sueco Joel Mull, enquanto o lado B traz um remix assinado pelo duo DK, também da Suécia.
Henrik B – Recollections [2001]
"Recollections" é o primeiro EP do Henrik B, produtor da segunda geração de suecos, pela Drumcode. O artista teve bastante destaque nessa época, lançou por selos muito importantes.
Eu amo tanto esse disco, que a capa da versão que tenho chega a estar gasta, de tanto que toquei. É de quando comecei a discotecar em clubes mesmo, e eu o levava de um lado pro outro no case.
Esses cinco EPs são uma pequena amostra da importância gigantesca que a Drumcode teve para o desenvolvimento do techno, e é uma honra fazer parte desse momento deles aqui no Brasil. Estou muito feliz, e espero todos vocês na sexta-feira, no Warung, e no sábado na ARCA!
Imagem de capa: divulgação