Basta que Andre Guarda olhe para trás e, evidentemente, terá muito para celebrar. Do alto dos seus 34 anos, o DJ e produtor musical se firmou na cena brasileira há mais de uma década. Quando idealizou o projeto Dashdot, duo que formou com Felipe Flora em 2012, pouco poderia imaginar sobre o estrondo que faria em pistas do Brasil e do mundo. Hoje, com essa bagagem nas costas, volta-se também ao seu projeto solo, pelo qual lançava faixas ocasionalmente desde 2010.
Andre Guarda descobriu sua vocação pela música ainda na infância. Ouvia atentamente as fitas-cassete do seu pai e sentia-se hipnotizado pela riqueza da música. Muitos anos mais tarde, viria a lotar regularmente palcos de eventos e clubs inconfundíveis, a exemplo de D-edge, Club Vibe, Warung, Laroc, Sirena, Privilège, Terraza, Green Valley e 5uinto. Se formos para o terreno de festivais, o tópico segue a impressionar: Rock In Rio, Só Track Boa, Tomorrowland, BPM Festival, Sónar, Ultra e Lollapalooza estão no seu rol de experiências.
Incentivado pelo sentimento único que a dance music pode trazer, a busca de Andre em toda a sua carreira é pela excelência e, ao mesmo tempo, pelas conexões. Ele comenta: "A vivência, os encontros, as reuniões, viagens ou até mesmo sessões de 'brainstorming' me motivam a seguir estudando e desenvolvendo o que eu posso criar ou compor. É a criatividade, o fator energia e o fator espiritualidade que eu sinto em expansão. Quando sinto isso, é bom demais, a vida faz mais sentido".
Com tanta história para contar, não é nada incomum que seu projeto musical seja tão versátil. Essa autoridade em produção permite que Andre vá de um ponto a outro rapidamente. Entre as faixas lançadas em período pandêmico, evidencia-se o contraste, por exemplo entre a aura good vibes de "All My Friends", produzida com Nytron via Erase Records, o Tech House enigmático e groovado de "Back to Me", lançada pela Eatbeat Records, e a aura popfônica veranil de "So Far", collab com Pedro Almeida, lançada na Alphabeat.
A característica modulável do seu trabalho justifica-se pelo seu conhecimento acumulado sobre o cenário. Uma de suas conexões mais importantes é com Gabe, com quem lançou os grooves latino-minimalistas de "Las Cartas". A faixa saiu pelo selo do próprio Gabe, G-Spot, e foi direto para o Top 3 de sucessos da gravadora. "Entender todo o processo, desde a primeira nota musical até a masterização, sempre aprendendo novas maneiras de fazer novos sons e nunca ficar confortável são aspectos essenciais para um produtor", comenta.
A virada do ano passado para este o colocou em um caminho ainda mais robusto com o projeto Andre Guarda. Uma sequência de dois singles na Vintage Music Label trouxe uma fusão bem calculada entre o tech e o melódico. "Virgo" trouxe uma aura espacial, quase uma "nostalgia do futuro" com suas melodias; mais para a frente, em fevereiro, veio "Supercluster", ainda mais criativa, para provar que dá sim para fazer um Tech brasileiro bem atual e, ao mesmo tempo, apresentar uma construção melódica singular.
Se assim se posiciona Andre Guarda, com maturidade musical e várias possibilidades, o guardamos, então, em nosso radar, já que o artista ainda tem muitos lançamentos, residências e experimentações para anunciar daqui em diante. "A música é o instrumento que mais uso pra conseguir me expressar. E isso me ajudou em todos os aspectos, como pessoa ou atuando como um profissional de produção", conta.
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