Hoje em dia a quantidade de vertentes dentro do gênero da música eletrônica faz nossas cabeças entrarem em parafuso. Do Disco ao Big Room, é possível descrever uma série de estilos e “sub-estilos”, ou seja, quanto mais exploramos o mundo da música eletrônica, mais há a ser explorado.
No Play BPM Ensina da vez, vamos entender melhor o que significa o termo “Techno Peak Time” e como ele se popularizou, se transformando em uma vertente comercial que ganhou muito espaço dentro da cena nos últimos anos. Aliás, desde o declínio dos “tempos de ouro” do Big Room, a cena underground mostrou que veio para ficar. O som, considerado mais maduro, começou a fazer parte do dia-a-dia dos amantes da música eletrônica e hoje ocupa um grande espaço, sendo impossível negar sua expressividade.
Dentro da vertente trevosa, existe o termo “Peak Time”, que, de acordo com uma publicação recente do Clubinho, portal de entretenimento e cultura da música eletrônica, se dá ao fato de ser um som muito enérgico, feito para ser tocado nos horários de maior pico dentro de um line-up. Além disso, eles acrescentam que o Peak Time pode ser chamado de “Techno de Arena”, possuindo uma sonoridade mais comercial e acessível, que funciona muito bem em grandes festivais da dance music. Junto com ele, também é possível perceber outras sub vertentes do Techno surfando a mesma onda, como é o caso do Techno Melódico, que atinge cada vez mais pessoas, ganhando mais força dentro da cena.
Por ser mais comercializável com uma sonoridade animada e dinâmica, o termo também pode ser encontrado como “Business Techno”, possuindo uma estrutura de break, build e drop comerciais. O Peak Time possui entre 128 e 132 batidas por minuto (BPM) e a melodia é bastante presente e fácil de assimilar. Para reconhecer essa sonoridade, basta perceber se a track é enérgica, forte e comercial.
Pensando na popularidade do estilo, um artista chave é o Adam Beyer, que com sua label “Drumcode” fez com que o Techno em geral chegasse mais longe e se tornasse cada vez mais comercial. Dessa forma, em 2016, quando o ciclo do Big Room chegou ao fim, abriu-se espaço para novas sonoridades no mainstream. O Peak Time, portanto, representa a porta de entrada para o universo underground.
Em 2018, a track “Your Mind”, lançada por Adam Beyer e Bart Skils pela Drumcode, marcou presença em muitos sets de DJs das mais diferentes vertentes, se tornando um dos grandes hinos trevosos. A partir disso, o Techno passou a invadir o mainstage de grandes festivais como o Tomorrowland, com apresentação de artistas como Charlotte de Witte, Solomun e Amelie Lens. Atualmente, festivais como o Awakenings e o Time Warp competem, em número e expressividade, com outros mais comerciais estabelecidos no mercado, como o próprio Tomorrowland, o EDC ou o Ultra.
Não somente em festivais, mas as sonzeras undergrounds estão dominando outros mercados, como é o caso da parceria entre a Charlotte de Witte com a Fórmula 1, com um set gravado na pista do autódromo. Esse tipo de movimentação antes era muito mais comum com outras vertentes, o que só reforça como o Techno está consolidado no mercado, que antes era dominado por outros estilos.
De acordo com as informações coletadas pelo Clubinho, as maiores labels do Peak Time são: 1605, Autektone Records, Codex Recordings, Drumcode, Fe Chrome, Filth on Acid, IAMT, KNTXT, Legend, Octopus Records, Perfekt Groove, Recordings, Relief Records, Say What Recordings, Set About, Terminal M, Tronic, We are The Brave.
Os principais artistas da vertente são: ASY’S, Adam Beyer, Alan Fitzpatrick, Alex Stein, Amelie Lens, ANNA, Bart Skills, Charlotte de Witte, Cosmic Boys, Deborah de Luca, Egbert, HI-LO, Jay Lumen, Joyhauser, Kai Tracid, Layton Giordani, Pan-Pot, Ramon Tapia, Rebuke, Reinier Zonneveld, Ron Costa, Space 92, Spartaque, T78, The Yellowheads, Thomas, Schumacher, Umek, Victor Ruiz e Wehbah.
Desses DJs, Space 91 é o artista mais vendido no Beatport nessa categoria e a ANNA é a artista brasileira que representa nosso país mundo a fora, de quem temos muito orgulho.
Veja abaixo a publicação do Clubinho com todas as informações explicadas de maneira visual e didática!
Goste ou não goste, não há como negar que a vertente deve ser respeitada e quem não está disposto a pelo menos entender sua importância com certeza terá uma visão míope do que está acontecendo no mercado atual. Dito isso, a vontade de estarmos imersos em um ambiente trevoso é grande e mal podemos esperar para estarmos nas pistas novamente, sendo completamente consumidos pelas sonzeras absurdas que saem das caixas de som.
Sobre o autor
Cissa Gayoso
Sendo fruto do encontro de uma violinista com um violonista, a música me guia desde sempre e nela encontrei a família que escolhi para chamar de minha. A partir de 2021, transformei minha paixão em profissão e, desde então, vivo imersa nas oportunidades e vivências que este universo surpreendente da arte me entrega a cada momento! De social media à editora-chefe da Play BPM, as várias facetas do meu ser estão em constante mudança, mas com algumas essências imutáveis: a minha alma que ama sorrir, a paixão por música, pela arte da comunicação, e as conexões da vida que fazem tudo valer a pena! 🚀🌈🍍