Sempre com o intuito de esclarecer as dúvidas dos fãs de música eletrônica, o Play BPM traz para vocês mais um artigo informativo. Queremos deixar claro que esse tópico pode gerar confusões e discussões, mas separamos aqui nossa visão sobre o surgimento do Slap House e sua ligação e semelhança com o Brazilian Bass. Mas vamos aos pontos.
O Brazilian Bass surgiu na cena nacional em 2016 e é conhecido por usar uma batida de deep house com infusão de techno. Os beats de deep house são mixados com os de bass house, trazendo uma estrutura teoricamente simples quando comparada com os outros subgêneros do House. Os tempos variam tipicamente de 120 a 126 BPM e os maiores exemplos são “Fuego” de Alok e Bhaskar e “BYOB” de Alok. Mas por que estamos falando isso?
O som teoricamente nascido no Brasil passou a ganhar as pistas do mundo de 2016 para cá, o que levou diversos artistas internacionais a se interessarem pelas batidas únicas. Um dos maiores exemplos disso é a lenda Tiësto, que passou a tocar tracks de Br Bass em seus sets, além de produzi-las. Em 2020, começamos a ver artistas de fora a lançar cada vez mais tracks com a semelhança ao subgênero brasileiro, mas o chamando de Slap House. Mas o que é o tal do Slap House?
Em teoria, o Slap House traz tracks de Brazilian Bass sem o clap no começo do drop. Ele é uma reinterpretação moderna do mercado estrangeiro ao gênero brasileiro, montado completamente em cima da forma e estrutura das tracks de Br Bass. A sutil diferença se vê no uso de elementos do Big Room, kicks mais fortes que trazem mais “pressão” à música e com melodias mais elaboradas. Referente ao nome, o termo Slap é advindo de um movimento musical antigo. Slap é o modo de tocar guitarra, baixo e contrabaixo, batendo as cordas contra os instrumentos, algo bem presente no Disco. Isso proporciona uma sonoridade de batida, similar a uma percussão.
Um dos maiores exemplos e que deu início a esse movimento do Slap House foi o remix de Imanbek para “Roses” do SAINt JHN, seguido da famosa track “The Business” de Tiësto:
O que faz o Slap House ser tão bem aceito não só no Brasil mas fora dele é sem dúvida pelo fato que o som é simples, fácil de se adaptar e com uma sonoridade envolvente, seu crescimento foi marcante não só no Brasil mas também no exterior.
Aqui no Brasil já tem gravadoras que estão apostando alto no Slap House, tendo a HUB Records e a Braslive. Felippe Senne da HUB afirma: “O brazilian bass se firmou como um gênero propriamente dito. E é algo significativo por ser um som totalmente criado no Brasil. O pessoal do leste europeu abraçou e agora está todo mundo abraçando essa sonoridade. Como se diz em inglês, pode ser o ‘the next big sound’ e surpreender".
Outra característica marcante do universo Slap House são as regravações e remixes, que trazem os grandes sucessos da dance music, e até mesmo dos clássicos da música pop, sendo repaginados dentro desse estilo. Tanto a gravadora quanto muitos DJs apostam que os anos seguintes serão anos em que o Slap House fará cada vez mais sucesso, seja ele chamado de Brazilian Bass ou Slap House. Mas o mais importante é a repercussão dessa técnica tanto aqui no Brasil quanto no exterior. É sem dúvida uma aposta bem segura de se fazer levando em consideração que o estilo só vem ganhando tanto em profissionais que o tocam quanto em fãs para fortalecê-lo cada dia mais.
Não podemos deixar de citar que alguns brasileiros aderiram ao movimento e passaram a produzir Slap House. Um grande exemplo é a track “Closer” do Double MZK e Santti que saiu pela Braslive agora em Junho.
Portanto, confira a playlist oficial de Slap House da gigante gravadora holandesa Spinnin’ Records e entenda a sonoridade que os artistas agora estão fazendo em cima do Brazilian Bass.
Trazemos aqui também uma explicação técnica de produção para que aqueles interessados saibam como criar sua própria track de Slap House em 3 minutos:
Imagem: Maor Atias.