Essa é a mais nova coluna do Play BPM e nela vamos trazer temas relacionados com o universo da música eletrônica. No primeiro episódio do Play BPM Ensina teremos a explicação do nascimento da House Music e como podemos identificar esse gênero que tanto moldou a história da nossa cena mundialmente.
Com um espectro de BPM (batidas por minuto) que varia, geralmente, de 118 a 135, o House Music é considerado um estilo uptempo, ou seja, possui batidas bem rápidas, apesar de apresentar elementos mais lentos no seu surgimento. As tracks de House possuem diversas "viradas" com diferentes elementos e a presença de vocais, muitas vezes femininos. A batida seca 4/4 é um dos elementos mais comuns e normalmente as músicas duram cerca de 5 minutos contendo quase 100 medidas. Os sons geralmente são gerados por uma caixa de ritmos, de modo contínuo, que se repetem eletronicamente com linhas de sequência geradas por um sintetizador. Ele é conhecido como a versão 2.0 da Disco Music.
Os DJs de House da atualidade beberam em fontes do passado, mais precisamente nas inspirações e profissionais do final dos anos 1970 e começo dos anos 1980, que tinham raízes principalmente em Chicago, nos Estados Unidos. Hoje, mesmo com o Google a nosso favor, não é fácil encontrar muito material em arquivos organizados sobre os DJs de música eletrônica daquela época, considerados os precursores da história do gênero. Ainda assim, se alguém na trajetória da house music merece levar o crédito de “criador” do movimento, este é Frankie Knuckles, morto em 2014. Outro músico que tem seu espaço nos primórdios do estilo é Tony Humphries. Ambos começaram a fazer sucesso nos anos 70 e são até hoje considerados os pioneiros.
Antes de irmos aos exemplos, é interessante saber o que está por trás deste termo bastante popular. Existem algumas divergências sobre o assunto, mas a explicação mais aceita pela comunidade do House é a seguinte: a casa noturna The Warehouse, em Chicago, teria abrigado os DJs do gênero lá no início, entre o final da década de 1970 e início de 1980. A balada era frequentada por negros, latinos e pelo público LGBT. House seria, então, uma expressão mais curta para designar a casa Warehouse. Enfim, a abreviação acabou pegando e passou a definir o nome do gênero. Depois dos anos 1990, o House passou a produzir muito mais variedades do que os próprios críticos e especialistas poderiam prever, e hoje fica quase impossível mensurar todas as variações e sub gêneros que derivam desse estilo. Mas isso é papo para um outro Play BPM Ensina.
No Brasil, a história do House começou por volta do final dos anos 80 e início dos anos 90, quando a dance music passou a ganhar as pistas do mundo inteiro. Neste período, o estilo era classificado como “poperô” em nosso país, um modo depreciativo que foi usado até a formação do público verdadeiramente fã da música eletrônica.
Outro fato interessante sobre o House é que nenhum outro gênero musical tem um relacionamento tão inspirado com a poesia falada, onde a escolha das palavras se encaixam nos versos das músicas. Desde os primórdios do estilo, a cena abraçou contadores de histórias que tinham contos e pensamentos para compartilhar. O conceito ressoa com igual impacto no ambiente fervoroso dos clubs, onde é possível levar sentimentos de união e euforia a novos níveis; ou em seus fones de ouvido, onde House e poesia formam o acompanhamento perfeito para te colocar à deriva, somente com a música e sua imaginação como companhias. Para comprovar essa tese, onde as letras das músicas, poemas ou histórias são faladas ao invés de cantadas, separamos alguns ótimos exemplos.
Na sequência, portanto, você encontra uma fina seleção de faixas que vão desde os anos 80 até os dias atuais, da cena underground de House até nomes mais conhecidos – tudo envelopado por vozes poderosas, que contam histórias, poemas, ideias esparsas e convidam ouvintes desavisados a entrar na pista e viajar. Dê o PLAY: