Guia de profissões da música eletrônica: filmmaker e fotógrafo com PPK
Como sempre a intenção do Play BPM é informar e ao mesmo tempo desenvolver ao máximo a indústria nacional de música eletrônica. Nesse sentido, vamos falar as profissões existentes neste mercado. Quem sabe você, amante da música eletrônica, também não pode trabalhar com essa indústria e ser feliz?
Conversamos com João Pedro, mais conhecido como PPK, filmmaker e fotógrafo na cena eletrônica, que trabalha com artistas como Victor Lou e Visage e possui festivais como Universo Paralello na bagagem. Ele falou sobre como deu os primeiros passos na profissão, o que envolve o trabalho nessa função e quais conselhos ele dá aos iniciantes.
Se você tem o sonho de trabalhar com fotografia e produções de vídeo, uma profissão muito requisitada e almejada dentro e fora da música eletrônica, confira o bate-papo logo abaixo!
Oi, PPK! Obrigada por aceitar nosso convite! Conta pra gente seu nome, idade e como começou seu interesse por captação e edição de vídeos.
Salve, salve! Satisfação participar dessa entrevista! Meu nome é João Pedro, tenho 24 anos, e meu interesse por captação e edição começou lá na gringa. Eu morei por 6 anos em Amsterdã, e andei de skate por 14 anos, - inclusive tem um vídeo meu na Red Bull -, e desde lá surgiu o interesse em filmar e editar. Mas só quando retornei ao Brasil que dei início aos projetos, com o Benner, o Lou, o Visage e essa galera do desande que me incentivou bastante a começar!
Aliás, você também é fotógrafo, né? Qual das duas áreas iniciou primeiro e há quanto tempo tem se dedicado nesta carreira?
Sim, sou fotógrafo também, e comecei primeiro na fotografia mesmo, fazendo press kit dos meninos, tirando foto de natureza e de festa também. Agora faz quase cinco anos que trabalho nessa área.
Quando e como surgiu a oportunidade de trabalhar com vídeos e fotografia na indústria musical?
Foi há 4 anos, com o Benner Luck, um DJ e produtor de Goiânia, que me incentivava muito e também me levava para várias festas. Em seguida, a DJ Samhara me abraçou, a primeira mulher a tocar no palco principal do Tomorrowland Brasil. Ela me levava como road e fotógrafo. A partir daí minha vida virou uma loucura, trabalhei com vários DJs nacionais e internacionais, e festas. Fui pra rave também e trabalhei com vários produtores israelenses, como Astrix, Major Seven, Talpa, Universo Parallelo...
Há diferença em fotografar/filmar artistas e demais modelos fora da área musical?
Sim, tem muita diferença, porque filmar esses artistas na área musical é bem diferente de fotografar modelos. Não que fotografar modelos não seja algo artístico, claro que é, também sou eu quem faz a arte, né. Mas, por exemplo, quando estou fazendo o ensaio de alguém é uma troca de energia entre mim e a pessoa somente, o que é bem diferente de fotografar um DJ ou uma festa com várias pessoas, tem outra atmosfera, envolve euforia. Além disso, na fotografia eu estou ali passando o sentimento da pessoa, a energia dela, e congelando aquele momento para sempre.
Como é sua agenda de trabalho? Mudou muito antes e durante a pandemia?
Ah, a agenda mudou bastante. Agora trabalho também com outros tipos de negócios, como marketing digital, ao lado de nomes que são referência no cenário brasileiro do marketing digital, como Leandro Rosadas, que me levou pra morar no Rio de Janeiro, Victor Damásio, entre outras pessoas e clientes, como também hamburgueria, pizzaria... e agora estou imergindo em quadros, vou investir nisso, que é onde quero concentrar minha renda total, fazendo exposições.
O que você considera ser essencial na sua profissão? Qual característica é crucial para essa função?
Criatividade e inspiração, com certeza!
Conta pra gente um projeto especial que você já participou.
Ah, tiveram várias coisas. Um com o Lou, no galpão, foi cabuloso, me marcou muito, mas ainda não posso contar muitos detalhes.
Além disso, fui um dos profissionais do Centro-Oeste chamado para o Universo Paralello. Registrei e gravei um dos maiores artistas e mais de 15 DJs. Eu iria também pra vários outros festivais, na Bélgica e na Holanda.
Mas queria comentar também sobre a importância da cena eletrônica em Goiânia, principalmente o Desande, que veio do nosso estilo de vida. Tenho feito o press kit de vários artistas, como Victor Lou, Visage, Flux Zone, Gommez, Hoosh, Douth... e temos uma amizade bem forte. Pra você ter ideia, eles produzem lá em casa. Várias faixas deles foram feitas lá no meu estúdio. Inclusive, já fiz até vocal pra tracks deles. Então, gosto de falar e de mostrar que na minha vivência a amizade é tudo! É estar ali todo dia, ser transparente. Isso também está entre uma das experiências mais fodas que já vivi na vida. Nos encontramos quase toda semana, eles dormem em casa, fazemos sessões, debatemos sobre a vida, o mercado, a profissão...
Qual conselho você daria para quem gostaria de começar nessa área e no mercado da música eletrônica?
Chegar pra acrescentar valor e agregar, ainda mais na musica eletrônica. Tem que ser fora da curva mesmo e se entregar total, imergir 100% na parada. Eu, por exemplo, sou um cara que não penso em grana ou hype, eu gosto de ser uma pessoa sempre disposta a agregar e ajudar.
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Sobre o autor
Vitória Zane
Editora-chefe da Play BPM. Jornalista curiosa que ama escrever, conhecer histórias, descobrir festivais e ouvir música eletrônica <3