Em maio, o Tribe Festival comemora 21 anos de existência e não podíamos deixar passar em branco. Ano passado, a festa iria comemorar seus 20 anos de uma forma épica, retornando ao Parque Maeda, em Itu, São Paulo. No entanto, devido à pandemia do Covid-19, isso não foi possível e esse ano ainda não foram divulgadas novas notícias. Essa edição teria quatro palcos: Solaris, Tribe Club, Secret Garden e um secreto.
Os fãs da Tribe são fervorosos e têm muita história pra contar ao longo desses anos todos de festival. É um evento marcado pela união e por apresentar uma experiência completa, não somente musical, mas de atmosfera, cenografia e vibe. Vamos, então, contar um pouco sobre a história desse grande festival que tem nossos corações.
Cerca de 50 amantes de psy trance se juntaram em um sítio em Itapecerica da Serra, em São Paulo. Essa pequena festa estava planejada para acontecer ao ar livre, mas com chuva a única saída foi a sala. E assim, dançando em uma sala, começou a história de alguns DJs que queriam um evento onde pudessem mostrar o som que faziam aos amigos mais próximos.
De repente, a sala de um sítio não era suficiente e o “pequeno” evento foi tomando maiores proporções. Durante os cinco primeiros anos, o festival era focado em psy trance, mas à medida que o tempo foi passando, os organizadores perceberam a necessidade de abranger outros estilos musicais, como, por exemplo, o progressive trance, o techno e o tech house. Assim, novos palcos também foram adicionados à medida que se percebia a demanda para eles.
A ideia do festival nunca foi somente musical, é perceptível a importância que a organização do evento dá para efeitos visuais, cenografia e tudo que envolve a experiência dentro de uma festa. O nível de produção, o tamanho, a variedade musical e o ambiente fazem com que você se sinta percorrendo um caminho mágico ao andar pelo festival. Para a edição de 2014, uma equipe cenográfica da África do Sul e da Bélgica foi responsável pelo palco Solaris, tamanha é a importância desse aspecto para a organização.
Em uma entrevista à revista THUMP em 2014, Du Serena, organizador do evento, deu vários detalhes a respeito do festival. Por serem muito fãs de raves e festivais, eles dizem que várias coisas eles fazem na base do “feeling”. A periodicidade é uma delas. “A gente vai sempre avaliar o que é melhor para o evento. Se tiver de acontecer todo o ano, a gente faz todo o ano. Se eu sentir que, um dia, tal ano a gente não vai fazer e eu avaliar as variáveis do mercado que indiquem que não vai rolar... É mais ‘feeling’, sabe!?”, ele disse à THUMP.
O DNA da Tribe é a inovação, a surpresa e a experiência. A busca por excelência pode ser percebida ao chegar ao local. Os organizadores passeiam pelo evento como “fãs” para garantir que tudo está conforme o público gostaria. Não à toa, em 2005, apenas cinco após seu lançamento, 25 mil pessoas passaram pelo festival e esse número só cresceu desde então.
Atualmente, cerca de 50 mil pessoas percorrem os vários palcos ao som de mais de 50 DJs, o que demonstra a força do evento, o qual temos muito orgulho de ter um festival com essa proporção no Brasil. Nem sempre suas edições aconteceram no Parque Maeda, em Itu, São Paulo. Em seu princípio, o festival acontecia na Pedreira, também em São Paulo, mas já fez edições até em Minas Gerais.
Além das diferentes cidades que sediaram o festival, a Tribe pode se considerar resiliente! O evento conviveu com momentos de crise econômica, o que dificultou a vinda de nomes internacionais ao Brasil, mas mesmo assim não deixou a peteca cair. Pelo contrário, manteve seu nome e prestígio até chegar em 2019, com um line-up pesadíssimo, mantendo a cenografia inovadora, o som de qualidade e a preocupação com o atendimento.
Não somente em termos de line-up, mas os organizadores do evento prezam muito pela curadoria cenográfica e atendimento de excelência. Em relação à cenografia, é notória a importância que eles dão para a experiência do público. Os palcos são pensados justamente para atingir esses padrões. O Secret Garden, por exemplo, possui uma linguagem mais orgânica, com elementos de vegetação para fazer jus ao nome. O Tribe Club é um cenário mais tecnológico e futurístico, com design arrojado em uma pegada mais moderna. E o Solaris, que é a pista de psy trance do festival, é bem caracterizado por uma linha de design orgânico, com madeira e super colorido, acompanhado por uma tenda desenvolvida especialmente para a pista.
São 21 anos de muita história para contar e as palavras que ficam são: excelência e persistência. Um evento que preza por tudo aquilo que é importante para nós, fãs! Ambiente mágico, uma sonzeira da pesada e um atendimento de qualidade. Tribe é Tribe e quem acompanhou o crescimento do festival com certeza está morrendo de saudade das pistas e tem muita história para contar.
Infelizmente, o festival não ficou de fora da crise do coronavírus e ainda não sabemos quando estaremos novamente nas pistas da festa, mas temos que concordar que o evento é super imponente e super importante para a cena brasileira. Por isso, não poderíamos deixar essa data passar em branco! Esperamos que, assim como outros festivais brasileiros, eles também se recuperem e voltem a fazer aquilo que fazem de melhor: promover a união entre os amantes da música eletrônica.
Sobre o autor
Cissa Gayoso
Sendo fruto do encontro de uma violinista com um violonista, a música me guia desde sempre e nela encontrei a família que escolhi para chamar de minha. A partir de 2021, transformei minha paixão em profissão e, desde então, vivo imersa nas oportunidades e vivências que este universo surpreendente da arte me entrega a cada momento! De social media à editora-chefe da Play BPM, as várias facetas do meu ser estão em constante mudança, mas com algumas essências imutáveis: a minha alma que ama sorrir, a paixão por música, pela arte da comunicação, e as conexões da vida que fazem tudo valer a pena! 🚀🌈🍍