O que nos move é viajar pelo mundo atrás dos maiores festivais de música eletrônica e hoje desembarcamos nos Estados Unidos, explorando o Electric Daisy Carnival, o maior festival de dance music da América do Norte. Também conhecido como EDC, o festival acontece todos os anos (em tempos não-pandêmicos, claro) e desde seu lançamento, em 1997, diferentes cidades foram palco da marca, que cresceu e tomou proporções mundiais. Atualmente, sua principal edição acontece em Las Vegas em maio, mas o festival também passa por Orlando (Estados Unidos), Portugal, México e Japão.
O EDC é um festival de vários dias que tem tudo aquilo que a gente mais ama e valoriza: um ambiente que te transporta para uma realidade paralela, com cores vibrantes e uma produção para ninguém colocar defeito. A proposta do evento é apresentar para seus fãs uma experiência multissensorial, abarcando a temática carnavalesca, com uma sonzeira de respeito, tecnologias de ponta, inovação e muita arte. Somos guiados pela música e a base sobre a qual o Electric Daisy Carnival foi construído faz jus aos valores intrínsecos no meio: união, amor, auto expressão e respeito mútuo, além de ser um lugar onde as pessoas podem se conectar, nas pistas e fora delas.
O evento foi primeiramente organizado por Stephen Hauptfuhr, em 1991, até que um acordo foi feito com Pasqualle Rotella, CEO da Insomniac Events, atual detentora dos direitos do EDC desde 1995, para que ele pudesse se apropriar da marca. Foi então que, em 1997, a primeira edição de destaque do festival aconteceu no Shrine Expo Hall, em Los Angeles, na Califórnia. Até 2008, o evento tinha apenas um dia de duração, o que mudou em 2009, quando a organização revelou os planos de realizá-lo em dois dias. E o público aprovou essa decisão. No primeiro dia, sexta-feira, cerca de 55 mil atendentes vibraram nas pistas do EDC, e no sábado, esse número subiu para cerca de 99 mil pessoas.
Em 2010, o festival em Los Angeles teve um público de 185 mil fãs e algumas situações difíceis para contornar. Na época, a idade mínima para comparecer ao evento era de 16 anos, e o grande rebuliço foi devido a morte de uma adolescente de 15 anos por suspeita de overdose. Além disso, houve uma confusão na pista que resultou na hospitalização de mais de 100 pessoas. Após esses incidentes, a cidade de Los Angeles suspendeu todos os eventos restantes agendados para 2010, até que novas medidas de segurança e proteção foram estabelecidas, como a contratação de médicos no local e o aumento da idade mínima permitida para 18 anos.
Foi após essa confusão que, em 2011, o EDC passou a ser residido oficialmente em Las Vegas, Nevada. E mesmo com as adversidades, o festival não parou de crescer, recebendo 230 mil pessoas em três dias de festival. Em 2012, esse número aumentou ainda mais, chegando a um total de 320 mil pessoas. Nesse ano, o festival passou por outra dificuldade, mas agora relacionada ao clima da cidade. Uma tempestade de ventos tomou conta do segundo dia dos shows, fazendo com que o evento se tornasse perigoso e tivesse que ser cancelado.
Em 2014, a organização do evento anunciou a venda de todos os 345 mil ingressos para os três dias de festival, com uma estimativa de 134 mil fãs por dia. Além disso, a configuração do evento também garantiu à Insomniac o recorde do maior palco estrutural da América do Norte. Em 2015 e em 2017, eles tiveram que contornar mais crises envolvendo a morte de fãs por overdose. O estado de Nevada nos Estados Unidos é conhecido por seu deserto e a temperatura no local atinge níveis altíssimos, o que contribui para a desidratação dos fãs no festival. Por causa disso, em 2018, o EDC Las Vegas passou a ser celebrado em junho, quando as temperaturas são mais amenas. Como esperado, a edição também foi um sucesso, chegando a cerca de 411.400 pessoas presentes.
Mesmo com o evento acontecendo em junho no ano anterior, em 2019, o EDC Las Vegas voltou a ser realizado em maio, mas eles não tiveram sorte. No segundo dia de evento, algumas áreas foram fechadas devido aos fortes ventos no local, levando os atendentes a crerem que o festival todo havia sido encerrado, gerando frustração em algumas pessoas, que saíram do local e não puderam retornar devido às rigorosas regras da organização.
Em 2020, a marca teve sua última edição realizada no México antes da pandemia, de 28 de fevereiro a 2 de março. A edição principal, em Las Vegas, estava programada para maio e teve de ser cancelada devido a pandemia do Covid-19, como vários outros grandes festivais ao redor do mundo. Durante o período em que o festival estaria acontecendo, um evento virtual foi transmitido no Twitch e no Youtube. Para 2021, havia a esperança de que o Electric Daisy Carnival pudesse acontecer dos dias 21 a 23 de maio, mas também não foi possível. A edição de Portugal também foi cancelada e adiada para 17 a 19 de junho de 2022. Com o avanço da vacinação nos Estados Unidos, o EDC está programado para ocorrer de 22 a 24 de outubro desse ano, quando os fãs finalmente poderão viver toda a magia do festival novamente.
Essa linha do tempo retrata parte da história do Electric Daisy Carnival, uma vez que Las Vegas não é a única cidade anfitriã do festival. O EDC já fez morada em várias cidades, incluindo o Brasil, em 2015, quando o evento tomou conta do Autódromo José Carlos Pace, em São Paulo, nos dias 4 e 5 de dezembro (saudades de quando o nosso país recebia grandes festival, não é mesmo?). Austin, Orlando, Colorado, Dallas e Nova York são algumas cidades nos EUA por onde o evento passou, e Porto Rico, México, Inglaterra, Índia, Japão e China são alguns dos países que já sediaram o festival. Além disso, o festival também possui um documentário chamado “EDC 2013: Under the Electric Sky”, que mostra a preparação de fãs para o evento.
De 2010 a 2016, o festival foi nomeado para a categoria de “Melhor Evento Musical” pelo Prêmio Internacional da Dance Music, e em 2019 e 2020, participou da categoria “Melhor Festival”, ficando atrás do Tomorrowland, na Bélgica, vencedor do prêmio.
Com tamanha magnitude, é de se esperar que grandes nomes da música eletrônica já tenham passado por todas as edições do EDC. Armin Van Buuren, Calvin Harris, Above & Beyond, Martin Garrix, Alesso, Tiësto, Camelphat, Eric Prydz, Artbat, Charlotte de Witte, Infected Mushroom e Amelie Lens são alguns que podemos citar, além dos brasileiros Bruno Martini, ANNA e Vintage Culture. Esse último, por sinal, foi anunciado no line-up divulgado recentemente para o evento em outubro de 2021, como divulgamos nessa matéria com a programação completa desse ano.
Com uma história tão linda e cheia de altos e baixos como essa, uma coisa é certa: o Electric Daisy Carnival é um dos maiores e mais amados festivais do mundo todo. Com elementos mágicos, criativos e inovadores, o EDC entrega tudo aquilo que esperamos enquanto fãs: um ambiente onde as pessoas podem ser livres, sonzeiras absurdas, decoração única e aquela vibe que nos transporta para outra dimensão por alguns momentos.
São 24 anos de existência e memórias, uma legião de fãs ao redor do planeta e um conceito que dita tendências e marca presença no mundo da música eletrônica. Esperamos que o festival se recupere do baque que a pandemia gerou e que continue marcando a vida das pessoas, por meio da união, do amor e da liberdade.
Sobre o autor
Cissa Gayoso
Sendo fruto do encontro de uma violinista com um violonista, a música me guia desde sempre e nela encontrei a família que escolhi para chamar de minha. A partir de 2021, transformei minha paixão em profissão e, desde então, vivo imersa nas oportunidades e vivências que este universo surpreendente da arte me entrega a cada momento! De social media à editora-chefe da Play BPM, as várias facetas do meu ser estão em constante mudança, mas com algumas essências imutáveis: a minha alma que ama sorrir, a paixão por música, pela arte da comunicação, e as conexões da vida que fazem tudo valer a pena! 🚀🌈🍍