Dia Mundial da Fotografia: Sigma, Pepe e Gui Urban mostram fotos mais marcantes da carreira profissional
Com o poder de captar momentos e eternizar memórias, a fotografia é uma das invenções que revolucionou a sociedade. Podemos considerá-las como registros repletos de informações e que carregam inúmeras histórias, marcando a vida das pessoas e refletindo os momentos que vivemos.
No Dia Mundial da Fotografia, como forma de homenagear os profissionais dessa arte, conversamos com três fotógrafos que selecionaram as fotos mais marcantes de suas carreiras. Confira:
Fernando Sigma
"Uma das fotos que mais gosto e me orgulho, feita durante o set do Maceo Plex no Time Warp Brazil 2018. Amo essa foto, pois retrata muita energia e emoção tanto do artista quanto da plateia, com muitas mãos para cima esperando o drop da 'Sordid Affair', uma das músicas que mais curto e que foi emocionante fotografar enquanto ela estava sendo tocada ao vivo pelo Maceo"
"Essa foto representa para mim um sonho realizado, de extrema importância para mim e para minha carreira. Foi feita em 2017, quando fui contratado diretamente pelo Boris Brejcha para fazer uma cobertura fotográfica do seu show na XXXperience. Sempre foi um sonho para mim fotografá-lo, estar junto com ele e ter a confiança dele no meu olhar foi mais que uma realização. Estar presente nesse momento fazendo o que mais amo e vê-lo postar as minhas fotos com os créditos é algo que marcará minha memória para sempre"
"Essa foto de drone foi feita na última Tribe, em 2019. Gosto muito dela, pois, além da estética, passa muito a minha personalidade fotográfica. Ela foi uma das fotos que mais repercutiu na minha carreira, além de ser postada em várias páginas no mundo inteiro, também representa o auge da minha carreira, momento no qual estava fotografando os festivais que mais sonhava fotografar e a Tribe foi um deles, uma grande conquista na fotografia para mim"
Fabrizio Pepe
"Fazia um ano (nem isso) que eu estava trabalhando com Vintage. Estávamos retornando da nossa primeira tour internacional juntos e o próximo show era a Tomorrowland Brasil. Não sabíamos o que esperar daquele dia, havia muita pressão pra todos os lados, ele assumia o palco depois do Lost Frequencies - que na época estava estourado -, e nós da equipe de foto e vídeo não podíamos subir no palco por proibição do festival... enfim, todos desesperados.
Faltava cerca de meia hora para Lost Frequencies acabar e a pista estava bem vazia, o estômago revirando com o que poderia acontecer, mas, quando faltava uns 10 minutos para o Vintage entrar, a pista começou a encher de uma forma quase mágica, foi o tempo de piscar que já não havia mais espaço pra nos mexer, quanto mais fotografar hahahaha.
Foi um perrengue gigante, e nas últimas músicas lembro de estar do lado do palco quando o Arditti me olhou e fez um gesto para subir correndo no palco. Entrei sorrateiro, Lukas virou com o sorriso de ponta a ponta, fiz a foto e desci correndo. Ali eu considero o primeiro grande 'boom' do Lukas e nossa primeira Tomorrow juntos"
"Vintage iria se apresentar no sábado no festival, e na sexta-feira por volta das 5 da tarde recebemos a ligação que algum artista não se apresentaria na sexta e o Vintage assumiria esse papel. O que já era uma responsabilidade gigante, virou duas vezes mais responsa e nos pegou de surpresa hahahaha.
Primeiro dia foi uma explosão máxima, o que poderíamos esperar e melhorar para o segundo dia? Eu não estava satisfeito com minhas fotos no primeiro show. Estava bem preocupado com minha entrega de sábado, e revisando material geral do primeiro dia (não só o meu) vi que não haviam fotos de drone. Chegando para o segundo show lembro de perguntar para o Mario Sergio por que ninguém estava fazendo drone e ele falou: 'aqui é tudo bloqueado, você não consegue voar'. Na mesma hora eu disse: 'meu drone não está atualizado e eu consigo voar, será que dá problema?' Ele me respondeu : 'eu seguro a bronca, sobe, faz a foto rápido e desce'.
Essa foto foi a única foto de drone do palco eletrônico do Rock in Rio, acabou indo parar até na apresentação do próprio festival. Então, assa foto é muito importante pra mim, porque ela me lembra que sempre temos que tentar superar nossos limites, sempre tentar melhorar o nosso trabalho"
Gui Urban
"Essa imagem tem um grande significado pra mim, porque foi feita durante a minha primeira participação no festival belga Tomorrowland, em Julho de 2014, domingo, último dia de festival, durante o set do DJ sueco Steve Angello.
Lembro que havia uma enorme expectativa, por conta da responsabilidade de trabalhar em um evento de tamanha magnitude e importância dentro do cenário da musica eletrônica e dos grandes festivais. Ansiedade, aquele frio na barriga, mas estava muito seguro do que tinha que ser feito.
Ele chamou o público, pediu pra mostrarem as bandeiras de seus respectivos países, e soltou o drop de 'Wasted Love'. Um instante daqueles em que o universo conspira tudo a favor: o céu azul em contraste com o colorido das bandeiras, o disparo de CO2 em frente ao gigantesco palco (que aumenta a impressão de 'tudo explodindo'), os dois rapazes dividindo uma bandeira no meio do 'fosso', bandeiras e braços pra todos os lados, a alegria do público pulando/cantando/gritando... o caos organizado que só quem já esteve presente nessa pista consegue sentir, mas nem sempre descrever. Junta-se a isso, a parte técnica: o posicionamento correto, enquadramento, composição, regulagem da câmera, tipo de lente ideal pra situação, 'timing' pra perceber o que esta por vir e MUITA paciência pra traduzir tudo isso em uma única imagem. Tudo converge, tudo flui. Esse é o momento exato do click.
Curiosidade: nessa mesma hora, estavam junto comigo alguns dos grandes nomes da fotografia de festivais, os holandeses Marc Van Der Aa e Rutger Geerling. Todos posicionados lado a lado, e, no mesmo segundo, cada um fez imagens completamente diferentes. Tá aí outro grande lance da fotografia e um dos 'porquês' de ela ser tão cativante: as diferentes formas que enxergamos as mesmas coisas.
Essa foto acabou sendo usada em algumas peças da campanha para a Tomorrowland Brasil 2015, e ficou disponível no press release que foi pros veículos de imprensa"
"Essa aqui é especial por dois motivos: com o querido Lukas Ruiz e no Laroc Club, onde sou residente desde sua inauguração.
Receber Vintage Culture na Laroc é sempre inexplicável - certeza de sold out em tempo recorde, muito calor, long sets históricos, e sem hora pra terminar.
Aqui ele estava no início do set, soltou a musica 'Commander' do Moguai, e começou uma metralhadora de raios laser pra todos os lados. Enquanto todo mundo abaixou a câmera pro laser não danificar o sensor (que captura a imagem), eu, me posicionei, coloquei o equipamento em risco, aproveitei a oportunidade... e deu certo. Ficou mais legal do que eu imaginava. Lógico que, tudo estava 'meio' planejado, sabíamos dos lasers, mas não exatamente o momento exato dos disparos. Então, é preciso estar sempre muito atento. Posicionamento prévio é de extrema importância. Aqui teve um pequeno 'fator sorte': enquanto rolava a chuva de lasers, o iluminador - Henrique Dimmy - teve a brilhante ideia de deixar somente dois holofotes virados pro artista, que fizeram uma 'luz de recorte' (ou de contorno) destacando sua silhueta. Isso nos trouxe uma sensação de escala (uma figura humana minúscula no meio da imensidão de lasers) e deu um toque especial na imagem.
A foto foi compartilhada pelo próprio Vintage e depois virou meme em perfis de humor"