Tomorrowland Brasil pelo olhar dos DJs nacionais: confira lembranças dos artistas sobre o festival
O Tomorrowland Brasil foi especial em todos os sentidos. Se o público realizou o sonho de participar de um festival de tamanha magnitude, imagina então o sentimento dos artistas que se apresentaram? Após exatos cinco anos da última edição do festival gringo no país, perguntamos aos DJs e produtores sobre a importância de ter participado do evento e quais as boas lembranças que cada um guarda sobre essa data especial.
Certamente, são memórias que ficarão para sempre na mente e no coração. Confira abaixo o depoimento de alguns artistas nacionais sobre o que o Tomorrowland Brasil representou na sua trajetória pessoal e profissional.
Viktor Mora:
"Foi uma experiência incrível para minha carreira e um divisor de águas tocar no Tomorrowland, ainda mais no Mainstage! A véspera do Tomorrowland foi a semana mais tensa, intensa e ao mesmo tempo feliz da minha carreira. Minha cabeça não parava de ter novas ideias pra fazer bonito no mainstage, foi aí que surgiu a ideia de tocar 'Garota de Ipanema'!
Eu toquei junto com Naccarati e fomos os primeiros brasileiros a pisar e abrir o palco mainstage. Me lembro de dar o play na primeira música e ver aquela galera correndo com bandeiras pra chegar na frente do palco, foi emocionante e até hoje eu sonho com esta imagem!
Abrimos o palco principal com zero pessoas e em poucos minutos já tinham mais de cinco/dez mil ali na frente, foi surreal!"
[Confira a entrevista com Viktor Mora e Naccarati no Tomorrowland clicando aqui]
Bruno Barudi:
"A importância é sem precedentes! Foi definitivamente a confirmação que as várias noites de trabalho, junto com muito esforço, muita determinação, valeram muito a pena! Quanto às lembranças, são várias, mas alguns dos momentos mais incríveis dessas jornadas foi ver meu nome no mainstage do festival, conhecer e conversar um bom tempo com o Hardwell, tendo em vista que eu tinha recém lançado na gravadora dele, mas o principal foi o primeiro drop. Lembro estar totalmente em êxtase e apenas olhar para cima e agradecer a Deus por sempre ser tão bom comigo! Poderia escrever um livro sobre esse capitulo tão importante na música eletrônica brasileira, porque foi literalmente um conto de Alice no país das maravilhas!"
Setlist Bruno Barudi - Mainstage Tomorrowland Brasil 2015
Dazzo:
"Tomorrowland não é apenas um festival, tem uma mágica, um clima diferente, não é só luzes e fogos. A história que é contada até a abertura do livro é simplesmente perfeita. Eu tenho guardado como um dia especial, não pelo hype, mas de ter tocado e depois ter experimentado a imersão que eles nos proporcionam em cada palco, em cada trilha de um stage a outro.
A segunda edição 'The Key to Happiness' (A Chave da Felicidade), o nome traduz como eu saí depois de tocar. Eu nunca senti tanto a energia do publico como neste dia, foi além do que eu esperava ou aguardava. Eu estava no palco, mas me sentindo na pista com o público. A pista foi a atração e eu tive a honra de fazer a trilha deste momento.
Entre as boas lembranças e sentimentos que pude compartilhar foi quando eu e minha esposa estávamos Adriatique e eles tocaram 'Patrice Baumel - Surge'. Só quem estava sentiu aquilo. E o final do set que eles tocaram Prince, que tinha falecido naquele dia. Nunca imaginaria essa homenagem ao Prince na Tomorrowland e por Adriatique. FOI LINDO!!!"
Pagani:
"A importância foi 'coroar' um momento maravilhoso que vivia naquele momento. O Brasil tinha muito club e muita festa que esquentaram o festival . Uma boa lembrança que tenho é abrir meu e-mail uns 15 dias e ver o Laidback Luke me perguntando qual super herói eu iria ser. Acabei indo de Sr Incrível. Um sentimento de 'vitória' foi que meu set foi transmitido ao vivo no canal do Tomorrowland no YouTube e está lá até hoje. Ou seja, eternizei na história"
Raul Mendes:
"Para mim foi a realização de um sonho. Desde que fui no Tomorrowland da Bélgica, em 2011 ,comecei a sonhar em tocar pelo menos uma única vez no evento, e pude tocar nas duas edições, a primeira no Super You & Me do Laidback Luke e a segunda no Protocol do Nicky Romero. Foi mágico. A gente ficou na expectativa do burburinho dos bastidores meses antes do anúncio e depois do anúncio oficial foram mais outros de euforia coletiva pra ver quem iria tocar. Quando saiu meu nome eu chorei e tudo.
Lembro que fiquei muito nervoso nas duas apresentações e ansioso semanas antes dos dois anos. Durante o evento era como se estivéssemos realmente dentro de um sonho. Os amigos, o espetáculo de fogos e efeitos, os maiores nomes do mundo no meio da gente no artist village, aquela MEGA ESTRUTURA... as pessoas me parabenizando no avião tanto na ida, quanto na volta do evento.
Nossa, vai ser quase impossível o Brasil ter algo assim novamente, a não ser que novamente pelas mãos do Tomorrowland"
Liu:
"Um dos momentos mais especiais foi em um dos primeiros shows da minha vida, na Tomorrowland 2016. Quando comecei a tocar, a pista estava vazia, e eu estavam somente minha família e cinco amigos. Em 15 minutos de set, sete mil pessoas vieram, e fizeram um dos momentos mais incríveis"
Dirtyloud:
"Tomorrowland foi uma peça chave pra disseminação da música eletrônica no mundo, e por fazer parte disso acho que não só pra mim mas pra qualquer artista é um marco histórico.
Lembranças só as melhores possíveis, muita organização, e vibe incrível esses dias"
[Confira a entrevista com Dirtyloud no Tomorrowland Brasil clicando aqui]
CIC:
“Foi um marco na minha carreira. Participar das duas edições no Brasil e uma na Bélgica. Simplesmente foi um objetivo alcançado e desejado por muitos. Não consigo mensurar o quão positivo foi na minha carreira, é um mix de vários sentimentos bons. A energia foi algo que vivi em poucos lugares, o palco, e o nosso público brasileiro que dispensa comentários. Hoje, meu sentimento é gratidão e muita saudade. Espero que volte logo"
Bruno Martini:
"Eu acho que o Tomorrowland Brasil foi muito icônico e muito importante também pra mostrar e valorizar o trabalho das pessoas que trabalham dentro na cena eletrônica, que é nosso meio, né, até na questão de visibilidade dos DJs, promoters e produtores. Eu realmente acho que foi de tirar o chapéu a gente ter conseguido fazer um festival como Tomorrowland no Brasil, foi bonito de se ver. Pôde também fazer com que cada vez mais o trabalho que a gente faz no Brasil fosse valorizado e mais uma vez mostrou o poder dos brasileiros pro mundo.
Todo Tomorrowland é sempre uma coisa que transforma a vida, desde as pessoas que frequentaram, foram assistir, as fizeram o evento... sempre marca a vida de quem teve a oportunidade de participar (indo, tocando ou trabalhando)"
Soldera:
"A melhor lembrança e, sem dúvidas, foi ver a pista lotada na hora da minha apresentação. Foi surreal, já que em 2015 eu tive uma forte concorrência no encerramento do domingo e acabou sendo pouco diferente rs"
Leo Janeiro:
"Na minha primeira participação, eu toquei num horário de sunset e foi lindo, muito legal, muita gente conhecida, foi divertidíssimo. O line-up estava muito bacana e se não me engano era uma pista do Warung open air. Na segunda vez foi um b2b com Leozinho, foi muito legal também, a gente se divertiu muito, porque o clima estava muito bom, era dentro de uma tenda.
Foi incrível o feedback da galera, a gente tocou num horário meio de final da tarde pra noite, a gente fez a transição. E, cara, as duas vezes foram muito legais, fora que todo o line-up que foi muito bacana na nossas pistas, a estrutura, enfim, aquele clima de felicidade, uma coisa ate que nos dias atuais a gente sente tanta saudade, né.
Foram dois momentos muito legais e que ajudaram muito a fazer parte da construção da minha história"
Chegou mais um grande dia! Tomorrowland Brasil, Itu, São Paulo, Hoje tem Warung! Agora, a partir das 13h tem Ricardo...
Publicado por Warung Beach Club em Quinta-feira, 21 de abril de 2016
Sobre o autor
Vitória Zane
Editora-chefe da Play BPM. Jornalista curiosa que ama escrever, conhecer histórias, descobrir festivais e ouvir música eletrônica <3