Você sabe o que faz o musicoterapeuta? Entenda a profissão celebrada no dia 15 de setembro
Música é vida, cura e acalanto. Sabe-se disso pelas experiências vividas e pelo dia a dia de cada ser no planeta Terra. Queira ou não queira, goste ou não goste, a música está presente há milhares de anos em todas as sociedades, das mais antigas às mais modernas. Mas você já parou para pensar nas funções terapêuticas dessa forma de arte? Os musicoterapeutas sim, e é sobre eles que vamos falar hoje.
O Dia do Musicoterapeuta é comemorado em 15 de setembro, data decretada em 1991 pelo então governador de São Paulo Luiz Antônio Fleury Filho, sendo logo estendida para todo o país. No entanto, a profissão surgiu no período pós Segunda Guerra Mundial, quando musicistas tocavam nos hospitais para veteranos e vítimas de guerra no intuito de auxiliar o processo de reabilitação dos pacientes.
Tendo a música como guia das nossas vidas – pessoais e profissionais – não poderíamos deixar de celebrar o profissional que utiliza sons, ritmos, melodias e harmonias para alcançar objetivos terapêuticos como recuperação, manutenção e melhoria da saúde física e mental.
Embora música seja universal, cada cultura e sociedade possui suas particularidades e considerando a natureza interdisciplinar da área, a definição desse campo pode ser adaptada a cada realidade. No Brasil, a União Brasileira das Associações de Musicoterapia (UBAM) propôs, em 2018, a seguinte definição: “Musicoterapia é um campo de conhecimento que estuda os efeitos da música e da utilização de experiências musicais, resultantes do encontro entre o/a musicoterapeuta e as pessoas assistidas. A prática da Musicoterapia objetiva favorecer o aumento das possibilidades de existir e agir, seja no trabalho individual, com grupos, nas comunidades, organizações, instituições de saúde e sociedade, nos âmbitos da promoção, prevenção, reabilitação da saúde e de transformação de contextos sociais e comunitários; evitando dessa forma, que haja danos ou diminuição dos processos de desenvolvimento do potencial das pessoas e/ ou comunidades.”
Sendo assim, ainda de acordo com a UBAM, “a musicoterapia se coloca como um campo que estuda as relações que as pessoas fazem com a música: o significado que a música tem em suas vidas; as possibilidades de comunicação que sons ritmos, alturas e timbre proporcionam; as oportunidades de reabilitação social, motora e emocional que as melodias permitem construir, as nuances de fortalecimento da autopercepção e da percepção do outro que o fazer musical propicia.”
Tendo em vista sua interdisciplinaridade, o musicoterapeuta pode ser um profissional de diversas áreas de conhecimentos distintas. São elas: música, terapia, psicologia, sociologia, biologia, entre outras. É um profissional que desenvolve processos que colaboram para o desenvolvimento e bem-estar físico, emocional e cognitivo das pessoas.
O tratamento é para todos e não exige pré-requisitos musicais dos indivíduos. Além disso, já foram atestados benefícios em pacientes em diferentes condições, como portadores de autismo e síndrome de Down, gestantes, portadores de câncer, mal de Parkinson, Alzheimer, entre outros.
No Brasil, o Sistema Único de Saúde (SUS) oferece tratamento com musicoterapia para a população, de acordo com particularidades de cada estado. Em 2017, o Ministério da Saúde divulgou um vídeo mostrando como a musicoterapia no SUS ajuda no tratamento de crianças. Claudio Vinicius, Músicoterapeuta do Hospital de Brasília, conta em depoimento: “Muitas vezes, a linguagem verbal para alguns pacientes é difícil, mas quando entra uma linguagem não verbal, ele se sente mais acolhido, o que também facilita o uso da palavra.” Com a terapia musical, profissionais de áreas complementares também são beneficiados, como conta Gabriela Calzolari, fisioterapeuta do mesmo local. Confira o vídeo completo.
Nathalya Avelino, Musicoterapeuta Biomédica, apresenta um TEDx com o tema “Do som ao movimento”. No vídeo, Nathalya explica o que é a musicoterapia e como a utilização de música ajudou na reabilitação de seu amigo pessoal, que apresentava um quadro de tetraplegia. Veja a seguir o relato emocionante de Nathalya, com participação mais que especial de seu amigo, Rafael, que surpreende a todos ao aparecer no final do vídeo tocando um instrumento musical!
A interseção entre música e terapia é incrível e se alinha com o sentimento terapêutico que encontramos nas pistas de dança. Portanto, celebramos os musicoterapeutas, que não só enxergaram o poder de cura na música, como fizeram dele seus propósitos de vida.
Imagem: reprodução - internet.
Sobre o autor
Cissa Gayoso
Sendo fruto do encontro de uma violinista com um violonista, a música me guia desde sempre e nela encontrei a família que escolhi para chamar de minha. A partir de 2021, transformei minha paixão em profissão e, desde então, vivo imersa nas oportunidades e vivências que este universo surpreendente da arte me entrega a cada momento! De social media à editora-chefe da Play BPM, as várias facetas do meu ser estão em constante mudança, mas com algumas essências imutáveis: a minha alma que ama sorrir, a paixão por música, pela arte da comunicação, e as conexões da vida que fazem tudo valer a pena! 🚀🌈🍍