Quando a indústria fica inacessível para os próprios profissionais da música
Despejos forçados ou recomeços? As pessoas podem se reinventar na indústria fonográfica por estes e vários outros motivos. Nos últimos tempos, diversos funcionários de clubes mudaram seus rumos e se afastaram um pouco da vida noturna. O promotor berlinense Tim Ligtenberg (também conhecido como Tiny Tim), por exemplo, trocou noites 100% musicais no estabelecimento St. Georg, em Kreuzberg, pela rotina de uma pizzaria pop-up.
As festas envolvendo Tiny Tim se destacavam na cena techno de Berlim. Além disso, em noites de sextas-feiras na metrópole, ele ainda conseguia promover shows de diferentes gêneros musicais. Já após o fechamento do St. Georg, Tiny foi curador de vários eventos Boiler Room na Alemanha e Holanda, antes da pizza definir quais seriam seus próximos passos. À medida que Tim foi levando o típico prato italiano mais a sério, ele então decidiu combinar o próprio alimento com eventos We Boogie em locais como Prince Charles e Weekend Club.
A “Tiny's Pizza” de Tim Ligtenberg já foi atração gastronômica nos bastidores do Melt! Festival, enquanto seu movimento We Boogie, com DJs veteranos da época de St. Georg, deverá estrear no Green Stage do Splash Festival. "St. Georg pode ter fechado as portas, mas sua comunidade permanece viva e ativa", destaca Tiny.
No entanto, pode ocorrer também de indivíduos abandonarem a indústria da música, em definitivo, para buscarem um outro estilo de vida. O produtor Layo Paskin (que era do duo Layo & Bushwacka!), por exemplo, durante muitos anos comandou junto de sua irmã e do vocalista do The Shaman, Mr C, o famoso local de eventos The End, em Londres. “Eu poderia ter alugado o espaço por mais sete anos e até tentado mais me reinventar como DJ, porém meu coração não me dizia que eu deveria continuar com tudo isso”, explicou Paskin.
Fato é que há sim um elo que conecta as histórias de Tiny e Paskin na indústria fonográfica: suas contribuições, atuais ou não, mas eternas para as novas e futuras gerações do mundo da música. Por fim, precisamos aceitar que mesmo que algo que amamos termine, o melhor a se fazer é seguir em frente. Mudarmos com o tempo entendendo cada um de nossos ciclos faz parte. Independente do motivo, a vida continua depois que os clubes fecham.
Fonte: Resident Advisor.
Imagem de capa: divulgação
Sobre o autor
Douglas Anizio
Redator da Play BPM, Freelancer e graduado em Administração. Um eterno apaixonado por Música Eletrônica.