A importância da Carlos Capslock para a pluralidade e diversidade na cena nacional
Ser um amante da pista de dança é abrir-se para viver as mais diversas experiências, testemunhar diferentes brisas, esbarrar com o desconhecido e torna-lo conhecido, e ter a oportunidade de conviver, mesmo que apenas por algumas horas, com aqueles que talvez não façam parte do seu dia a dia. A música eletrônica permite este abraço à pluralidade, sendo um ambiente no qual você pode simplesmente ser quem você é, em que te respeitarão por suas escolhas, sua forma de se vestir, seu jeito de dançar e seu direito de existir.
Movimentos oriundos das comunidades marginalizadas que se reuniam em clubes undergrounds, tanto a House Music como o Techno se estabeleceram ao longo do tempo como a trilha sonora de um ambiente seguro para as mais diversas tribos. Os excêntricos clubbers, muitas vezes incompreendidos por uma sociedade aversa ao diferente, encontraram nas batidas sintetizadas mais do que simplesmente música, mas uma maneira de viver.
A popularização da música eletrônica e o crescimento do mainstream, somados ao embranquecimento e à elitização do gênero, fez com que a música underground se disseminasse, atingindo um público que antes se jogava em sons mais comerciais, mas que agora se encanta também por uma sonoridade mais “trevosa”. Dentro deste movimento, algumas labels sempre se posicionaram sob os mandamentos da diversidade, abraçando todos aqueles que buscavam apenas um lugar seguro para se expressarem e viverem suas próprias verdades.
A Carlos Capslock é, sem dúvida, uma das maiores referências no que diz respeito à cena underground nacional, sendo palco de artistas e fãs queers, mantendo sua essência plural, diversa e inclusiva do início ao fim de cada uma de suas edições. Idealizada por Paulo Tessuto, DJ e produtor que carrega o alter ego que leva o mesmo nome de sua criação, o selo sempre teve como marca registrada o apoio a profissionais nacionais e regionais, desde DJs até artistas visuais e performers, sendo um local chave para o movimento de contracultura da Dance Music.
Em entrevista ao portal Alataj, Tessuto uma vez explicou: " A Carlos Capslock (festa e personagem) me ajudou muito como profissional e cidadão de bem [risos]. Me fez libertar de diversos medos e preconceitos de comportamento que eu tinha com relação a mim mesmo. Me fez ser menos materialista, mais humano, mais colaborativo, mais tolerante, mais compreensivo.".
Chegando ao seu 12º ano de existência, é inegável a relevância, importância e necessidade da Capslock no cenário musical brasileiro. Um ambiente humano, colaborativo, tolerante, inclusivo e compreensivo, a festa corrobora com a ideia de que a pista de dança deve - sempre - ser um ambiente respeitoso e livre de preconceitos. Esses são aspectos presentes desde os primórdios na House Music e no Techno, já que nos locais onde esse tipo de música tocava, não importava de que cor você era, por quem você se apaixonava, que tipo de roupa você estava vestindo ou de que forma estava dançando e se expressando.
Em um momento onde a música eletrônica cresce sem parar, atingindo patamares nunca vistos anteriormente em território nacional, a cena underground também acompanha tamanho crescimento. Não à toa, a Carlos Capslock comemora seu 12º aniversário com seu primeiro festival, que acontece no dia 21 de janeiro de 2023, com 19 horas de festa, mais de 50 artistas entre DJs e perfomers, e o icônico palco Drag Race, na Fábrica de Perucas, o novo complexo da Fábrica de Brinquedos, em São Paulo.
Para participar do Carlos Capslock Festival e se jogar na liberdade de ser quem você é, basta clicar aqui para garantir o seu ingresso. A luta por uma sociedade inclusiva e não preconceituosa é diária, e apoiar movimentos que sempre prezaram pela liberdade é necessário. Portanto, não deixe de fazer parte deste momento ímpar na história da Carlos Capslock, ouvindo uma sonzeira e sendo a melhor versão de si mesmo durante o festival - e após seu término.
Serviço:
Carlos Capslock Festival
Data: 21 de janeiro de 2023
Local: Rua Moisés Kauffmann, 300 - Parque Industrial Tomas Edson, São Paulo - SP, 01140-010, Brazil
Horário: 14h às 9h
Atrações: Ananda, Andre Salata, Anthony Rother (Hybrid Electro - Alemanha), Anvil FX (Live), Badsista, Curses (EUA), DJ Marky, Due, Eli Iwasa, Ellen Allien (Alemanha), Erica (Live), Kenya20Hz, L_cio, Leo Janeiro, Lil Louis (Founding father of House Music - EUA), Magal, Mama Snake (Dinamarca), Ney Faustini, Noporn (Live), Prowler, Renato Cohen, Schu (Carlos Caps Drag Race), Sebastian Voigt (Alemanha), Stroka (Live), Tessuto, Tigre Dente de Sabre (Live), Transvegana B2B Cherolainne, Vermelho B2B Hubert e Volvox (EUA)
Ingresso: via ShotGun
Redes sociais: @carloscapslock
Imagem de capa: reprodução Instagram
Sobre o autor
Cissa Gayoso
Sendo fruto do encontro de uma violinista com um violonista, a música me guia desde sempre e nela encontrei a família que escolhi para chamar de minha. A partir de 2021, transformei minha paixão em profissão e, desde então, vivo imersa nas oportunidades e vivências que este universo surpreendente da arte me entrega a cada momento! De social media à editora-chefe da Play BPM, as várias facetas do meu ser estão em constante mudança, mas com algumas essências imutáveis: a minha alma que ama sorrir, a paixão por música, pela arte da comunicação, e as conexões da vida que fazem tudo valer a pena! 🚀🌈🍍