As 15 produções de palco mais incríveis da história da música eletrônica
- Por Caio Pamponét -
Música ao vivo é uma questão de conexão. A experiência comunitária de uma performance depende muito da intimidade entre o artista e o público e isso, muitas vezes, pode ser estimulada através de uma produção cênica memorável. Muitos DJs nos dias de hoje buscam elevar e redefinir essa experiência fazendo mais do que uma simples mixagem por trás de uma CDJ, criando um imersivo espetáculo visual e sonoro com o apoio de grandes designers de palco.
Com a música eletrônica estando na vanguarda da indústria de entretenimento ao vivo, relembramos abaixo apresentações icônicas de artistas que uniram talento e tecnologia em produções de palco históricas.
Deadmau5: The Cube
Quase tão peculiar quanto a sua icônica máscara, Deadmau5 e seu show ao vivo em um cubo 3D foi uma das primeiras produções cênicas a ganhar destaque na cena eletrônica - e continua impressionando até hoje.
Estreando no Coachella 2010, o Cubo ganhou notoriedade no mundo todo e, desde então, passou por vários upgrades e modernizações, deixando-o cada vez mais insano! Quando lançado, poucos artistas tinham se aventurado num projeto de palco 3D completo, Daft Punk e Amon Tobin são alguns exemplos.
A sua mais recente versão contou com uma equipe de especialistas em iluminação, construção e programação para elevar as projeções a um nível genuíno. O ‘Cube 3.0’ viu a figura do mau5 se apresentar ‘escondido’ do público dentro de um cubo real, com uma tecnologia capaz de inclinar-se 45º para frente e girar 360º para relevar o interior do stage durante o live-set. Sem contar com o enorme painel de LEDs cercado por 12 luzes móveis redimensionáveis que combinam com os visuais do cubo e deixam a experiência ainda mais fantástica.
Skrillex: The Mothership
Skrillex sempre foi um dos artistas mais inovadores da história da música eletrônica, seja pela sua sonoridade quanto pelas suas mais loucas produções cênicas.
Quando o ‘Mothership’ foi apresentado ao mundo no Ultra Miami 2012, o palco definitivamente surpreendeu a todos. Trata-se de uma nave espacial preta inspirada em filmes de ficção científica, recheada de lasers e máquinas de fumaça e que se eleva através de elevadores mecânicos – tudo isso controlado pela equipe visual do artista.
EOTO: The Lotus
Apesar de ser pouco conhecido, EOTO foi um grupo eletrônico de multi-instrumentistas norte-americanos que chamou a atenção da cena eletrônica com seu palco alucinante montado em 2012.
A flor de lótus idealizada em 3D, juntamente com projeções imersivas e uma grande parede de LED, proporcionou alguns dos visuais mais psicodélicos que os fãs puderam presenciar.
Sub Focus: Vortex
Um dos DJs mais relevantes da cena drum’n’bass/dubstep, Sub Focus, também é conhecido por suas produções de palco incríveis e shows intensos que marcam os fãs.
Grande fã do Daft Punk, o artista resolveu criar sua própria experiência ao vivo com a criação do Vortex. Enfatizando um design aberto, o stage apresenta um estande elevado centralizando o Sub Focus ao redor de uma série de anéis LED, luzes estroboscópicas e visuais fantásticos. Tudo isso é integrado diretamente aos teclados, tambores e sistema de som, permitindo que o DJ tenha controle de toda a sua apresentação ao vivo.
Infected Mushroom: The Orbs
Um dos precursores do psy-trance, a dupla israelense Infected Mushroom, acostumada a tocar live-sets instrumentais, evoluiu ainda mais a experiência de seus shows ao vivo com a integração de um dos designs de palco mais insanos da cena Trance mundial.
Dois grandes orbes mapeados em 3D conduzem o público para uma viagem psicodélica pelas terras dos cogumelos e pelo espaço tempo, com uma das mais altas tecnologias cenográficas da indústria eletrônica.
Avicii: The Giant Head
Inesquecível em nossas memórias, Tim Bergling marcou história e contagiou o mundo não só com sua música, mas também com seus espetáculos ao vivo únicos.
No auge de sua carreira, Avicii trouxe para a cena eletrônica uma produção impressionante apelidada de “The Giant Head”, ou “Cabeça Gigante”. Estreando em 2012, juntamente com o lançamento da icônica track “Levels”, o palco foi idealizado pela PRG Scenic, mesma equipe por trás de produções cênicas de The Rolling Stones e Lady Gaga; e apresentava uma cabeça de 5,3 metros de altura com visuais mapeados em 3D e lasers que se integravam com o seu set, produzindo visuais estonteantes e uma conexão ímpar com o público.
Daft Punk: The Pyramid
A turnê épica e quase religiosa do Daft Punk de 2006-07 é considerada como um dos maiores espetáculos ao vivo da história da música.
Apesar de poucos privilegiados terem presenciado essa estrutura incrível, certamente é um dos melhores e mais importantes designs de palco já vistos. A dupla francesa foi uma das precursoras na produção cênica e abriu o caminho para as mega produções de palco dos dias de hoje, colocando a música eletrônica na vanguarda do mercado musical.
Não é todo dia que se vê dois robôs tocando dentro de uma pirâmide gigante de luz, rodeados por painéis iluminados de uma tecnologia além do seu tempo e tocando o melhor da Dance Music em seus instrumentos eletrônicos – possa ser por isso que o mundo teve que esperar dez anos por essa turnê da Alive 2007.
Pretty Light: The Towers
Mais um da lista que vale conhecer! O DJ e produtor americano Pretty Lights sempre esteve à frente quanto se trata de produções de palco e cenários de luz. Apelando por um jogo de iluminação imersivo e psicodélico, o artista inseriu enormes torres cobertas por fundo de LED que transportava o público para uma experiência ao vivo fascinante.
Excision: Paradox
Um dos nomes mais fortes da Bass Music global, o canadense Excision, sempre foi reconhecido por seus cenários alucinantes, misturando graves pesadíssimos e visuais que escapam dos limites da criatividade.
Em 2015 o DJ e produtor chamou atenção do mundo com sua série de shows ao vivo chamada “Paradox”, uma criação totalmente nova e diferenciada na cena eletrônica. Sendo sua terceira instalação personalizada, o artista apostou em um soundsystem ambicioso de 150.000 watts de potência, além de lasers, luzes, projeções 3D e configuração modular de LED impecavelmente sincronizadas, trazendo animações inimagináveis.
Amon Tobin: ISAM Live
Essa é, sem dúvidas, uma das apresentações ao vivo mais subestimadas de toda a cena eletrônica. Considerado um dos artistas mais influentes da música eletrônica no planeta, Amon Tobin é mais um vanguardista na produção cênica. Conhecido como “cientista do som”, Amon é um DJ e produtor brasileiro que tem como marca sua música experimental e seus designs de palco inacreditáveis. Combinando sua discografia complexa de mais de dez álbuns resultantes de incessantes experimentos sonoros com alguns dos melhores softwares de mapeamento 3D do planeta, o artista promove uma experiência alucinante que definitivamente merece mais reconhecimento.
NGHTMRE & Slander: The Atom
Em parceria com a gigantesca Insomniac Events, NGHTMRE e Slander criaram um dos projetos de palco mais marcantes da cena de Bass Music. Celebrando sua turnê conjunta "Gud Vibrations", alguns espetáculos apresentaram um desenho de palco chamado "O Átomo". Em cima da multidão, o estande elevado apresentava enormes anéis de treliça de iluminação que apresentavam uma gama de luzes e painéis de LED.
Os anéis do átomo também apresentavam controles mecânicos para inclinação e movimentação vertical - todos controlados pela equipe visual dos espetáculos. Os fãs que presenciaram “The Atom” garantem que foi um dos shows favoritos até hoje.
The Glitch Mob: The Blade
Apoiado pela Dell e Alienware, o trio americano The Glitch Mob renovou o conceito de apresentação de um grupo de música eletrônica ao oferecer um espetáculo ao vivo único para os fãs com seu palco insano chamado 'Blade'.
Com um conjunto de 22 controladores MIDI diferentes, todos correspondendo a sons e samplers específicos dentro do Ableton Live, o grupo construiu uma experiência estratégica para realizar um desejo pessoal: se afastar do paradigma da performance musical eletrônica baseada apenas em um laptop e CDJ.
Justice: Live Experience
Incontestavelmente, o duo Justice é um dos mais respeitados grupos franceses dentro da indústria da música – e quando se trata de construções de palco, eles nunca decepcionam. Durante a turnê de lançamento do álbum “Woman World Wide”, a estrutura de seus shows continha nada menos do que enormes pilhas de amplificadores iluminados, formando uma verdadeira ‘parede’ abaixo de enormes painéis de LED móveis, com o foco central na sua clássica assinatura: uma brilhante cruz branca; sem contar com os inúmeros sintetizadores analógicos, teclados MIDI e mixers. O conjunto impecável da obra fez com que a experiência ao vivo da dupla percorresse as maiores arenas e festivais de música do mundo, ganhando até documentário nos cinemas da França.
Eric Prydz: HOLOSPHERE
A lenda sueca Eric Prydz sempre demonstrou a sua versatilidade e criatividade em desenvolver alguns dos projetos de palco mais loucos e avançados até hoje. Por quase dez anos, o artista e sua equipe de produção cênica investiram pesado nos designs de palco para construir uma experiência inigualável para os fãs.
Estreando os primeiros hologramas em seus shows ao vivo em 2011 com o ‘EPIC’ e evoluindo até o ‘HOLOSPHERE’ em 2019, os espetáculos de Prydz reúnem um cubo gigante cercado por uma infinidade de luzes e lasers, somando com os hologramas 3D em 4K de alta tecnologia que projetam imagens super realistas sobre a multidão. Apesar da pandemia ter empatado a sua agenda de shows, as apresentações ao vivo do sueco já são consideradas uma das mais icônicas de toda a história da música eletrônica.
Krewella: Crystal Volcano
Comemorando o lançamento de seu primeiro álbum de estúdio “Get Wet”, a dupla de DJs Krewella (na época trio) promoveu uma tour memorável em 2013. Com a presença de um stage incrível em formato de ‘fortaleza de cristal’, que refletia infinitas projeções cinematográficas em seus painéis de LED de alta tecnologia, o grupo ganhou notoriedade e construiu a sua ascensão dentro da cena eletrônica internacional.
Sobre o autor
Caio Pamponét
Graduando em jornalismo pela UFBA e Redator da Play BPM. Um apaixonado por música desde a infância que cultiva o sonho de viajar pelo mundo fazendo o que ama e conhecendo novas culturas. Com um desejo inerente de fomentar a cena eletrônica de sua terra - Salvador, BA, Caio Pamponét respira os mais diversos BPM's e faz da música o seu combustível diário.