O relato e incrível experiência de uma pessoa vivendo o Mundo Psicodélico
Aos que me conhecem, sabem o papel e o significado que a música eletrônica desenvolve na minha vida. Apaixonado por esse estilo há mais de uma década, sempre me permiti viver novas experiências, afinal, o mundo é muito maior que as paredes da nossa casa. Foi assim que, em 2018, decidi ir pela primeira vez ao Mundo Psicodélico, um festival que desde 2017 leva ao Estádio do Canindé, em São Paulo, a cultura trance que majotariamente, encontramos apenas em eventos produzidos próximos à natureza. Lembro-me que ao final da edição do ano passado, eu e meu namorado, que me acompanhava, prometemos que voltariamos em 2019. Dito e feito.
Passamos o ano ansiosos pela chegada do mês de dezembro, que com ele trazia mais uma edição do Mundo Psicodélico. Da última vez, vivemos e aprendemos tantas coisas, que precisavamos de mais uma dose dessa cultura totalmente distinta de todas as outras vertentes da música eletrônica. Vocês perceberão ao decorrer do texto, que a minha ideia não é relatar quais artistas se destacaram ou quais músicas eles tocaram, mas sim a experiência de viver algo totalmente novo e surpreendentemente incrível, pelo menos para mim.
Foto: Dale Clicks
O Mundo Psicodélico utiliza tanto o lado externo, quanto o lado interno do Estádio do Canindé. O festival é dividido em 3 palcos: Psicodélico (destinado às vertentes high bpm, como Psytrance, Progressive Trance, Full On, Progressive Dark, Future Progressive e Hardtek) Mundo (Low Bpm) e MP Brasil (bandas e cantores nacionais).
Todo o espaço é muito bem aproveitado, e isso inclui a store (loja) do festival, que nesta edição possuia uns cinco diferentes stands, cada um vendendo produtos como chapéus, camisetas, óculos, colares, brincos, e muito mais. Eu não consegui resistir, e adquiri o meu (irado) chapéu oficial do Mundo Psicodélico, que pretendo levar em muitos roles em 2020.
Uma das coisas que eu mais gostei, assim como no ano anterior, é o ambiente dedicado à “Redução de Danos”. Para quem não sabe do que se trata ou nunca leu nenhum dos artigos que produzimos no Play BPM sobre o assunto, “Redução de Danos” é um projeto e iniciativa mundial, que visa, como o próprio nome diz, reduzir os danos dos que optam por utilizar qualquer tipo de droga. É uma forma muito eficaz de educar os usuários sobre cada tipo de substância, afinal, quem quer usar, irá usar, certo? Então, por que não fazer isso de forma mais segura, tendo conhecimento sobre o assunto?
Foto: Victor Hakuna
A minha verdadeira paixão no Mundo Psicodélico, são pelas pessoas. Pelas diferentes tribos que participam e expressam o seu mais verdadeiro e autêntico “eu”. Por muito tempo, tive uma visão distorcida da cultura trance, e isso que o que eu conheci não deve representar nem 1% do que ela realmente é. Porém, fui felizmente surpreendido por algo único e mágico.
Uma das coisas que eu mais amo quando o DJ está botando o pau pra comer, é reparar aos que estão à minha volta, e ver que a maioria está sorrindo, mas não um simples e qualquer sorriso. E sim, a felicidade transmitida através dele. Quando você volta a si, percebe-se sorrindo também. E felicidade é dividida, multiplicada e compartilhada.
Foto: Victor Hakuna
Mas a música não é muito pesada? Para quem nunca foi e não está acosumado, realmente pode estranhar de início, mas basta deparar-se com aquela multidão dançando no mesmo ritmo, e exorcizando todos seus demônios, deixando apenas o que há de melhor dentro de si, que automaticamente você começa a se arriscar nos primeiros passos e quando menos espera, está pulando da mesma forma que todos.
O Mundo Psicodélico me abriu os olhos para algo único e maravilhoso, que sou extremamente grato de ter tido a oportunidade de conhecer. E meu único conselho é: não perca a oportunidade de ir na próxima edição. Permita-se viver algo novo e inusitado.
Foto: Victor Hakuna
Sobre o autor
Rodolfo Reis
Sou movido por e para a música eletrônica. Há 7 anos, idealizei trabalhar com esta paixão, o que me levou a fundar a Play BPM. 3 anos depois, me tornei sócio da E-Music Relations. Morei na Irlanda por 2 anos, onde aprendi a conviver e respeitar ainda mais outras culturas. Já tiquei 28 países do globo, mas ainda sonho em ser nômade. Apelidado carinhosamente pelos amigos de "Fritolfo": quando o beat começa a tocar, eu não consigo parar de dançar.