Um relato pessoal e sincero sobre como o Tomorrowland Brasil mudou o rumo da minha vida
O Tomorrowland Brasil foi um dos meus primeiros festivais dessa magnitude. Lembro-me até hoje da confirmação da vinda dele ao país, na época, um dos maiores sonhos da minha vida, tanto que eu estava no UNITE realizado em São Paulo, quando o David Guetta revelou ao vivo para o mundo. Eu desejava com todas as minhas forças experienciar aquela magia transmitida pelos aftermovies e live sets disponíveis na internet.
Na primeira edição, realizada nos dias 1, 2 e 3 de maio de 2015, a Play BPM ainda era apenas um plano. Eu estava começando a dar meus primeiros passos na música eletrônica, saindo da internet para o mundo real.
Parece que foi ontem, eu chegando pela primeira vez no Parque Maeda de carro, estacionando e já tendo um primeiro contato com as pessoas que compartilhariam comigo alguns dos dias mais memoráveis da minha vida. Adentrando os mágicos caminhos da "vila dos sonhos”, avistando um mar de barracas lotadas de pessoas dos mais variados países. Ninguém precisava falar, você sentia na pele que aquele lugar, de fato, era especial.
Não importa quantos Tomorrowland's você viva, o mix de sentimentos é sempre tão intenso que, apenas em relembrar, me deixa arrepiado dos pés à cabeça. Ninguém está preparado para viver o Tomorrowland, até o momento em que está vivendo. Você primeiramente fica em choque, sem entender se aquilo é verdade ou um sonho. Então, começa a querer consumir tudo o que seus olhos podem e conseguem enxergar, desde as milhares de pessoas carregando as bandeiras dos mais diferentes países do mundo, até a ambientação e estrutura do local. Andar pelo festival te faz imergir em uma cidade mágica aberta apenas alguns dias ao ano. E aos poucos, um sentimento de plenitude e pertencimento, que talvez você nunca tenha sentido antes, começa a se instaurar dentro do seu ser a cada sorriso trocado, a cada drop compartilhado com um amigo, a cada “dança” com um desconhecido, a cada pessoa que você vê se abraçando ou se beijando… celebrando a vida como nunca antes.
E quando o assunto são as apresentações, posso afirmar que estamos falando da cereja do bolo! Me recordo que na edição de 2015, passei os 3 dias no main stage - o que pode ser considerado um ‘crime’ por muitos - mas eu não conseguia e nem queria sair de lá, também não me arrependo. Estava hipnotizado por aquele livro que parecia guiar minha jornada pelos diferentes artistas que comandavam os meus ouvidos, corpo e alma. Muitos dos quais eu nunca havia assistido antes, como Steve Angello, Afrojack, Hardwell, W&W, Showtek, NERVO, dentre outros. Acreditem, eu vivi milhares de momentos inesquecíveis, mas um que nunca sairá da minha cabeça foi assistir o desfecho do main stage com o cara que havia, menos de 1 ano atrás, dito que eu estaria naquele exato lugar: David Guetta, também responsável pelo início da minha paixão pela música eletrônica. Eu chorei. Agradeci. Dancei como se não houvesse amanhã. Chorei e agradeci novamente. Dancei, dancei e dancei. Aquele momento mudou a minha vida. Eu precisava trabalhar com e para aquilo!
Tanto que na segunda edição, realizada durante os dias 21, 22 e 23 de abril de 2016, voltei ao Tomorrowland Brasil como fã, mas também imprensa. Havia fundado a Play BPM (Play EDM na época) em julho de 2015 e, naquele momento, ainda engatinhávamos diante de todos aqueles jornalistas e veículos dos mais diversos cantos do mundo. Mas, isso não nos impediu de realizarmos uma das coberturas mais históricas que passaram por aquele festival, estávamos empenhados em transmitir e trabalhar em cima da nossa paixão. E conseguimos! Mesmo com menos de 1 ano de existência, conquistamos o título de imprensa que mais havia entrevistado artistas no Tomorrowland Brasil 2016. Nunca me esquecerei do momento em que estava no meio do main stage com meus amigos, e o Flosi (meu sócio) atendeu ao telefone, recebeu a confirmação e começou a gritar: “Eu vou entrevistar o Steve Angello!!! Eu vou entrevistar o Steve Angello!!!”. Então, todos começamos a pular, gritar e comemorar! Nós entrevistamos uma das maiores lendas da música eletrônica! Aquele festival, novamente, havia mudado a minha vida. E 1 ano depois da minha promessa, eu a estava cumprindo: trabalhando com o que amava.
Hoje, me tornei um “viciado” em tudo o que o Tomorrowland representa e inspira, seguindo-o nas edições belgas de 2016, 2017 e 2019 e na única edição francesa realizada na neve em 2019. Levando, inclusive, meu namorado comigo e pela primeira vez no Tomorrowland Bélgica em 2019, onde o mesmo chegou no último dia e me disse: “Eu não quero nunca mais passar um ano da minha vida sem vir ao Tomorrowland”.
Quem me conhece, sabe que sou movido pela música eletrônica, e o Tomorrowland Brasil teve grande influência sobre isso, assim como, acredito eu, na vida de milhares de outras pessoas. Se você chegou até aqui e for uma delas, ficarei feliz caso queira compartilhar comigo a sua história: @rodolfoacreis. Live today, Love tomorrow, Unite forever!
Sobre o autor
Rodolfo Reis
Sou movido por e para a música eletrônica. Há 7 anos, idealizei trabalhar com esta paixão, o que me levou a fundar a Play BPM. 3 anos depois, me tornei sócio da E-Music Relations. Morei na Irlanda por 2 anos, onde aprendi a conviver e respeitar ainda mais outras culturas. Já tiquei 28 países do globo, mas ainda sonho em ser nômade. Apelidado carinhosamente pelos amigos de "Fritolfo": quando o beat começa a tocar, eu não consigo parar de dançar.