Amor pela música eletrônica que resultou em casamento: conheça a história de Guto e Carla
Guto Franklin morava na Alemanha em 2011. Carla morava em São Paulo. Ele começou a curtir música eletrônica em 2013, quando foi pela primeira vez ao Tomorrowland Bélgica, e tornou-se viciado em festivais pelo mundo. Ela entrou para esse universo mais ou menos um ano depois, ao participar de grupos de WhatsApp da Tomorrowland Brasil, passando a frequentar baladas e pequenos eventos na capital paulista nesse período.
Eles se conheceram justamente no WhatsApp meses antes da primeira edição brasileira do Tomorrowland. Conversa vai, conversa vem, os dois já sabiam que iriam se encontrar pessoalmente pela primeira vez no festival. Após meses de contato virtual, o encontro foi incrível. Tão incrível que seis meses depois começaram a namorar.
O pedido de namoro ocorreu durante nada mais, nada menos que a edição da XXXperience em novembro de 2015. A maior loucura foi que Guto veio direto da Alemanha só para passar três dias ao lado da amada e fazer o pedido que "com toda certeza valeu a pena." "Eu sempre fui muito fã do Armin, sempre foi meu DJ preferido. Na Tomorrowland Brasil, que nos conhecemos, foi o melhor show que assistimos juntos. Aqui na Europa sempre vamos na comemoração anual do ASOT, na Holanda, ou em qualquer show dele. Então quando fomos pra XXXperience, em 2015, não tinha melhor momento pra pedir a Carla em namoro do que durante o set dele. Ele tinha lançado o álbum 'Embrace' naquele ano e ele levava o Mr Probz pra cantar a musica 'Another You' ao vivo em quase todos os shows, e era a minha preferida. Então, DJ perfeito, musica perfeita, momento perfeito. Acabou se tornando a nossa música", conta Guto.
Por um bom tempo, os dois viviam um relacionamento à distância. Carla foi algumas vezes para Alemanha passar os feriados. E em menos de um ano da relação, eles se casaram no civil e ela se mudou para lá em 2016. "Tudo ainda vai acontecer, desde o pedido até o casamento religioso, e com toda certeza a festa vai ter muita musica eletrônica, juntamente com muitos amigos que fizemos nos festivais mundo afora."
Três anos depois... adivinha? Nascia o filhinho do casal, o Giovanni, que completará dois anos em julho de 2021. "Embora ele ainda não tenha ido em nenhum festival com a gente, já se nota que ele ama musica. Não pode ouvir musica eletrônica que coloca a mão pra cima, mas qualquer tipo de musica faz ele dançar. Temos planos de levá-lo em festivais onde crianças são permitidas, como o Ozora, na Hungria", revela.
Desde quando passaram a morar juntos na Alemanha, o casal frequenta diversos festivais internacionais, e não perde nenhum ano a edição do Tomorrowland na Bélgica.
"A musica eletrônica é hoje pra gente um marco. Literalmente, dá pra dividir as nossas vidas entre antes e depois da música. Todas as pessoas que conhecemos, as experiências que vivenciamos, a alegria e o amor que sentimos, nem se compara a vida que tínhamos antes. Claro que temos nossas famílias e amigos de antes da musica eletrônica, que são importantes pra gente. Mas a transformação que ela causou nas nossas vidas foi absurdamente gigante. As amizades que fizemos são tão ou mais importantes do que a grande maioria que tínhamos até então. E a velocidade com que isso acontecia era impressionante. Depois de um único festival se tornavam família. Uma grande família de loucos pela vida. Uma amizade que só aumenta a cada ano e a cada encontro. Não conseguimos descrever em palavras tudo que a musica eletrônica mudou nas nossas vidas. Poderíamos falar por horas e não seria tudo. Nos despedimos no começo do ano de uma amiga que sofreu um acidente. Sempre que paramos pra pensar, ficamos surpresos com o quanto ela nos faz falta mesmo tendo passado tão poucos dias juntos. Provavelmente juntando todo o tempo que passamos com ela daria uma semana, ao mesmo tempo que a lembrança dela machuca como se tivéssemos vivido parte da vida juntos. É surreal essa ligação e é a mesma coisa com mais de 100 pessoas que conhecemos nesses últimos anos, que mal vemos pessoalmente, mas que fazem valer a pena cada minuto quando estamos juntos."
Guto e Carla já têm planos pro futuro. Os dois trabalham na Alemanha e não têm a ideia de voltar a morar no Brasil, pelo menos nos próximos anos. Isso porque, conforme ele diz, seria muito difícil abrir mão dos festivais que frequentam por lá. "Após a pandemia será um mundo novo, não só pra gente. O fato de termos um filho deve diminuir o nosso ritmo com festivais/festas que era bem alto, mas com certeza vamos tentar conhecer novos festivais e manter na agenda alguns que já frequentávamos quase todo ano."
Sobre o autor
Vitória Zane
Editora-chefe da Play BPM. Jornalista curiosa que ama escrever, conhecer histórias, descobrir festivais e ouvir música eletrônica <3